sábado, 23 de janeiro de 2021

D. HERMÍNIA GOUVEIA

1906 - JARDINENSE CUIDA DO PADRE CÍCERO DOENTE

 

                "Merece registro a jardinense Hermínia Marques Gouveia, que, não podendo ter filhos, buscou apoio no Juazeiro, tendo cuidado do Padre Cícero durante uma enfermidade que o acometeu, em 1906, e feito a promessa de construir uma capela para Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Ela morreu após a capela ficar pronta, em 1908, e foi enterrada na nave, provocando a ira das autoridades eclesiásticas, em guerra declarada contra o Juazeiro. A Capela do Socorro abriga também os restos mortais do Padre Cícero, desde 1934, e constitui uma referência para o povo romeiro."(Gilmar de Carvalho, p.14)

 




Por José Márcio da Silva

JOSÉ MARROCOS

 





DR. JUVÊNCIO SANTANA


Dr. Juvêncio Santana

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

A COMARCA DE JUAZEIRO E A POSSE DO JUIZ JOVÊNCIO SANTANA – Por Fausto da Costa Guimarães

 

               Quando em 11 de novembro de 1912 pelo simples pedido do Pe. Cícero ao Dr. Justiniano de Serpa, Presidente do Ceará,  este mandou que a Assembleia restaurasse a Comarca do Juazeiro e assim sucedeu, justamente no dia 11 de novembro de 1922. Nomeado logo após o Dr. Jovêncio Joaquim de Santana para Juiz de Direito, tendo lugar a inauguração da Comarca e posse do primeiro magistrado da Comarca no dia 24 de fevereiro de 1923, no dia de sábado, a uma hora da tarde, tendo no solene ato comparecido a Câmara no lugar de costume, Rua São Pedro, o seu prefeito municipal Pe. Cícero Romão Batista que empossou o referido Juiz de Direito. Presente toda Câmara e mais todas as autoridades estaduais e federais e o Cel. Ernesto Medeiros, comandante do Corpo de Polícia no Crato, representando o Governador do Estado; Cel. Pedro Silvino de Alencar - Prefeito de Araripe; Deputado Estadual Dr. Sebastião Azevedo, de Fortaleza; Vigário da Freguesia, Pe. Manoel Correia de Macedo e grande cortejo da massa popular, inclusive famílias e comerciantes. Declarou o Dr. Juiz de Direito, em palavras repassadas de civismo e patriotismo que estava inaugurada a Comarca e ele, Juiz, empossado.             Tomou a palavra o Revmo. Pe. Cícero, pronunciando um discurso substancioso abrangendo todos os pormenores do ato presente em frases variadas e muito significativas e bem elaboradas. O eminentíssimo chefe e prefeito Padre Cícero Romão Batista que a todos emocionou, não esquecendo de falar do civismo másculo do ex-Presidente Dr. Epitácio Pessoa e, como do atual presidente da República Dr. Artur Bernardes, não esquecendo de falar no amigo ausente Dr. Floro que o enalteceu, sendo saudado por uma grande salva de palmas.                                                                                                       Tocando na ocasião a banda de música Padre Cícero brilhante dobrado e uma grande girândola de foguetes estourou no espaço, estando o edifício da Comarca bem ornado com o devido estilo, bandeira içada, sendo nesta ocasião inaugurados os retratos do Dr. Epitácio Pessoa, Dr. Artur Bernardes - Presidente da República, Dr. Floro Bartolomeu da Costa - Deputado Federal, ausente, nos trabalhos do Congresso Federal. Usando da palavra o orador oficial, jornalista Dr. Leopoldino Costa Andrade, jornalista da Folha no Rio de Janeiro, que muito de boa vontade cooperou para o brilhantismo da festa em todos os seus detalhes, pronunciando discurso escrito, bem elaborado a respeito do solene ato, trazendo a baila o nome do Dr. Epitácio Pessoa, que muito enalteceu suas qualidades de estadista emérito e criterioso, como do Dr. Artur Bernardes, sincero e competente para o cargo que ocupa de Chefe da Nação, atualmente, e como do Prefeito Municipal Pe. Cícero o que de melhor pode dizer, como do povo e progresso da terra, lembrando-se também do amigo ausente Dr. Floro Bartolomeu que em lisonjeiras palavras, bem o disse. E assim, depois de dissertar o seu magistral discurso findou suas últimas palavras debaixo de uma grande salva de palmas.                                                                                           Aí assomou a tribuna o vigário Macedo que dissertou um belo discurso que muito agradou com suas bem elaboradas frases de sacerdote virtuoso e inteligente ao grande auditório que muito o aplaudiu, e assim por diante outros usaram da palavra com brilhantismo compreendendo bem o dever de oradores que falavam no momento, muitas palmas e vivas ecoavam no grande salão do cerimonial. Conservando-se o dia restante em festa seguida pela noite em casa do Dr. Floro Bartolomeu onde o distinto Juiz Dr. Jovêncio Joaquim de Santana se achava hospedado e mais amigos, e presente o Revmo. Pe. Cícero que a todos confortava com a sua presença de justo. Ali postada a banda de música em suas harmoniosas tocatas bem significava o Juazeiro em festa, do maior regozijo de um povo livre e independente. Teve lugar em casa do mesmo Dr. Floro um lauto jantar às 5 horas da tarde do que todos os circunstantes serviram-se, oferecido pelo Revmo. Pe. Cícero Romão Batista. Foram oferecidos exemplares do livro "Sertão a Dentro" pelo autor Dr. Leopoldino Costa Andrade, do Rio de Janeiro. Obra de algum valor para o Juazeiro defendendo o Revmo. Pe. Cícero das acusações injustas que os inimigos gratuitos faziam com o mais descaro, nas conversações pelos jornais do Rio de Janeiro.                      Foi desfeita essa maledicência caluniosa com o "Sertão a Dentro". Parabéns ao Sr. Costa Andrade, jornalista da "Folha" no Rio de Janeiro, jornalista inteligente. Ainda o cerimonial da posse do Juiz de Direito: tirada uma comissão de pessoas da primeira classe, acompanhada da banda de música, saímos da casa da Câmara, fomos ver em casa do Dr. Floro Bartolomeu da Costa o Dr. Juiz de Direito e o Revmo. Pe. Cícero Romão Batista, Prefeito Municipal distinto Dr. Jovêncio de Santana, o Juiz, o primeiro magistrado da Comarca, então acompanhadas as duas autoridades por grande número de amigos e admiradores e a banda de música Pe. Cícero, chegamos ao salão da Câmara, com as honras de estilo foram recebidos Juiz e Prefeito pelo corpo municipal, autoridades locais e muitos cavalheiros e senhoritas, sendo recebidos por grande salva de palmas, sendo oferecida a cadeira de honra ao Revmo. Pe. Cícero, o que recusou-se a princípio, porém, depois aceitou, continuando a leitura da ata da inauguração da Comarca e posse do íntegro Dr. Juiz de Direito, tudo com as formalidades do estilo. Depois lida em altas vozes, foi assinada pelas autoridades competentes que ali se achavam. Depois do ato solene foi servido todo auditório por uma cerveja regularmente distribuída.

         Eis, em resumo, todo conteúdo da inauguração da Comarca e posse do Juiz de Direito, no dia 24 de fevereiro de 1923. Na inauguração da Comarca, na fala que fez a respeito do ato, o Revmo. Pe. Cícero Romão Batista falando sobre o Juazeiro disse com segurança que o Juazeiro continha 56 ruas, com 30 mil habitantes, contendo em todo município 50 mil almas, e assim concluiu seu belo discurso deixando em todo auditório a mais grata impressão.

(Extraído do livro Memórias de um romeiro, Fausto da Costa Guimarães)

BIOGRAFIA DE DR. JUVÊNCIO

                Juvêncio Joaquim de Santana -Bacharel em Direito, Juiz de Direito e Desembargador. Filho do Coronel Antônio Joaquim de Santana (chefe político do município de Missão Velha) e Josefa Maria de Jesus, nasceu no dia 19 de janeiro de 1888, no Sítio Serra dos Matos, município de Missão Velha, Ceará. Bacharelou-se em Ciências Jurídicas e Sociais em 17 de dezembro de 1912, pela Faculdade de Direito da Universidade Federal de Pernambuco. Nomeado aos 13 de janeiro de 1923, Juiz de Direito da Comarca de Juazeiro, da qual afastou-se do cargo, para assumir a Secretaria do Interior e Justiça, no Governo do Dr. José Moreira da Rocha.                                                                                                                     Juvêncio Santana na década de 20 foi professor do Colégio 24 de Abril, de Jardim, Ceará, fundado pelo Dr. Francisco de Lima Botelho, em 1916, tendo funcionado por sete anos. Lecionou Geografia, História e História Natural. Juvêncio Santana casou-se com a jardinense Beatriz Barreto Gondim, filha do casal José Caminha de Anchieta Gondim (de alcunha Coronel Daudeth) e de Maria Barreto Gondim. A cerimônia aconteceu no dia 27 de janeiro de 1916, em Jardim. Não tiveram filhos. Adotaram como filhos, Ancilon Aires de Alencar (Promotor de Justiça, radicado em São Paulo, Capital) e Terezinha Gondim Medeiros, ambos sobrinhos da D. Beatriz. Dr. Juvêncio era amigo incondicional e afilhado de crisma do Padre Cícero. Foi eleito Deputado Estadual em 1928. Por vários anos despendeu esforços pela prosperidade de Juazeiro e pelo benefício de seus habitantes; muito respeitado e estimado por todos, desempenhou sua missão com integridade de caráter.                                                                                 A 1.° de agosto de 1940, o Dr. Juvêncio foi mais uma vez nomeado Juiz de Direito de Juazeiro do Norte, permanecendo no cargo, até o dia 08 de setembro de 1957, quando veio a falecer, em Juazeiro do Norte, e encontra-se sepultado no túmulo da Beata Mocinha, no cemitério do Perpétuo Socorro, da referida cidade. Terminou sua brilhante carreira de Magistrado, ocupando o elevado cargo de Desembargador do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará. Foi o Desembargador Juvêncio Joaquim de Santana, um dos juízes mais cultos do Estado do Ceará. Homem de envergadura moral ilibada, político de bastante prestígio, autoritário, porém de fino trato, enfim, uma das figuras mais importantes da história de Juazeiro do Norte. (Extraído do livro Dados biográficos dos homenageados em logradouros públicos de Juazeiro do Norte, de Raimundo Araújo e Mário Bem Filho)

sexta-feira, 21 de outubro de 2011.

(Fonte: HISTÓRIA DE JUAZEIRO: Outubro 2011 (historiadejuazeiro.blogspot.com) 


Por José Márcio da Silva



quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

WILSON RORIZ

 

1918 - WILSON RORIZ

 


                Nascido no Sítio Cabeça do Negro, em 15 de maio de 1918. Filho de Antonio de Sá Roriz e Júlia Couto Roriz. Fez os estudos primários em sua terra natal, o curso ginasial no Colégio Diocesano de Crato e o científico no Liceu do Ceará. Em 1942 bacharelou-se pela Faculdade de Direito do Ceará. Foi deputado estadual de 1950 a 1962 e deputado federal de 1962 a 1970. Como parlamentar empenhou-se, com êxito, para levar ao Cariri a energia de Paulo Afonso. Apresentou na Câmara Federal projeto de lei para levar ao Jaguaribe as águas do São Francisco. Em sua terra natal trabalhou para a instalação do Ginásio Padre Miguel Coelho e da Unidade Mista de Saúde, que hoje tem o seu nome. (Assim como a avenida principal de Jardim). Residia em Fortaleza, mas faleceu em sua terra natal, quando para ali fora tratar de negócios. (Jardim: sua história e sua gente, p.142)

Abaixo seguem informações coletadas na Câmara Federal.



  • Data de falecimento: 20/05/1974
  • Profissões: Advogado

Mandatos (na Câmara dos Deputados):

Deputado(a) Federal - 1963-1967, CE, PSD, Dt. Posse: 02/02/1963; Deputado(a) Federal - 1967-1971, CE, ARENA, Dt. Posse: 24/05/1967.

Licenças:

Licenciou-se do mandato de Deputado Federal, na Legislatura 1963-1967, para tratamento de saúde, no período de 15 a 31 de julho de 1963, de 20 de agosto a 8 de setembro de 1963.

Suplências e Efetivações:

Assumiu, como Suplente, o mandato de Deputado Federal para a Legislatura 1967-1971, em 17 de março de 1967, sendo efetivado em 24 de maio de 1967, na vaga do Dep. Walter Bezerra de Sá.

Mandatos Externos:

Deputado(a) Estadual , Partido: PSD, Período: 1950 a 1955; Deputado(a) Estadual , Partido: PSD, Período: 1959 a 1963.

Atividades Profissionais e Cargos Públicos:

Secretário, Secretaria de Assuntos Extraordinários do Ceará, 1971-1974..

Estudos e Cursos Diversos:

Liceu do Ceará; Direito, Faculdade de Direito do Ceará, 1942..

Biografia do(a) Deputado(a) Federal WILSON RORIZ - Portal da Câmara dos Deputados (camara.leg.br)

Por José Márcio da Silva.

JOSÉ RANGEL - ESCULTOR

 



1898 - JOSÉ RANGEL

                               

                José Rangel, o escultor da estátua de Nossa Senhora das Graças, é também autor de obras importantes no Rio de Janeiro, Fortaleza e outros lugares.

                Dia 28 de maio, terça-feira, lua crescente, dedicado a São Germano e Santo Emílio, nascia à Rua da Baixa ( hoje Coronel Rocha), em Jardim, José Rangel Sobrinho.

                Filho do alfaiate Cirilo Leite Rangel e da dona-de-casa Maria Bringel (Maroca).

                Conforme entrevista dada a Otacílio Anselmo, ele afirmara ter nascido a 8 de maio de 1898, contrariando as informações da família, de J. de Figueiredo Filho e de Maria de Alacoque de Lima Pereira, que insistem no dia 28  de maio de 1895. ( Rangel escultor: o artista que veio de Jardim, p. 19).

                Rangel é o escultor da estátua de Nossa Senhora das Graças, em frente à igreja matriz. José Rangel assim escolhera a posição da estátua, com a cabeça reclinada levemente para a casa de sua mãe.

                Por ter feito um Judas à imagem e semelhança do avô paterno (influência da Festa dos Caretas ?), José Rangel teria sido mandado, pela primeira vez, para Fortaleza, não sem antes levar uma surra, e morou um ano na casa de um tio na capital.

                Findo o castigo, voltou a Jardim, onde não teria muito mais o que fazer e, seguindo os passos do irmão Genésio, foi mandado de volta à capital cearense, aos (12) doze anos de idade. (p.27)

                Em Fortaleza, José Rangel retomou os estudos e passou a ser aprendiz de torneiro na Estrada de Ferro de Baturité, tendo se destacado pelo fato de fazer suas próprias ferramentas de trabalho.

                Teria embarcado com as tropas de Franco Rabelo, líder do movimento que derrubou a oligarquia Acioly, para o Cariri. Tomou parte no ataque a Juazeiro, lutou no Crato, passou por Barbalha e chegou ao Iguatu. Integrou-se às tropas de J. da Penha e foi atingido na perna por uma bala, na noite chuvosa de 22 de janeiro de 1914. A bala ainda estaria alojada em sua perna em 1953.

                Fugiu para o Amazonas ( essa fuga pode ter a ver com a seca de 1915, das mais fortes que assolaram o Ceará, abandonou as muletas em Belém e chegou ao Acre. Trabalhou como seringueiro. Retornou ao Ceará em 1817. (p.29)

                Fazia caricaturas nos bares e esculturas de areia na Praia do Peixe. (p.30)

                Sua ida para o Rio de Janeiro se deu em 1922 ou 1923. Foi aprovado em sexto lugar (doze aprovados, de noventa e seis inscritos) no concurso para admissão à Escola de Belas Artes.(p. 32)          

                Matriculado na Escola de Belas Artes, participou ativamente da vida do Rio de Janeiro. Deve-se creditar à sua competência a premiação na Exposição Geral com a escultura em bronze como reverência aos 'Dezoito do Forte', intitulada de 'A Epopéia do Sacrifício', homenageando o grupo de tenentes que se rebelou, em 5 de julho de 1922, antecipando a Revolução de 1930."(idem, p.47)

                José Rangel teria esculpido, na areia de Copacabana, as figuras do Rei Alberto e da Rainha Elisabeth, da Bélgica, que visitou o Brasil, para as festas do Centenário da Independência, tendo recebido das mãos do próprio monarca uma medalha de ouro.

                Teria também modelado um D. Pedro II, na areia colocada na Praça Saens Peña, ma Tijuca, Rio de Janeiro, quando do centenário de nascimento do Imperador, em outubro de 1925. (p.34)

                Ainda para o Rio de Janeiro, José Rangel esculpiu a peça "Ad Glorium", em homenagem a Santos Dumont, a qual teria sido colocada, segundo alguns, na porta do Galeão, Base Aérea na Ilha do Governador, transformada em aeroporto internacional.

                Também deixou sua marca em Belo Horizonte, com o monumento a Olegário Maciel, único presidente de Estado a ser mantido no poder depois da Revolução de 30. (p.50)

                Diz-se que José Rangel era muito reservado, não gostava de falar de si e não deixou escritos. Todos evidenciavam seu desapego ao dinheiro e pouca atenção dada a recortes de jornais ou registros de suas obras. (p.65)

                O home maduro, aos 53 anos, quis interferir e deixar uma obra na praça principal da cidade.

                Segundo relatos dos mais idosos, como Luiz Ferreira Gorgônio, ele teria feito uma promessa a Nossa Senhora das Graças e, alcançado o pedido, modelou a santa em cimento cru, fincada em frente à Igreja Matriz. (p.71)

                Morreu em 11 de janeiro de 1969. No entanto há fontes que indicam o dia 11 de novembro de 1969. (Gilmar de Carvalho IN Rangel escultor, o artista que veio de Jardim)


Por José Márcio da Silva.


PADRE MIGUEL COELHO

 

1896 - PADRE MIGUEL COELHO EM JARDIM

 

                O Padre Miguel Coelho de Sá Barreto, de tradicional família caririense, nasceu em Barbalha, no dia 8 de maio de 1870. Foram seus pais o capitão Luíz Carlos Sampaio e dona Gertrudes P. de Sá Barreto.

                Concluiu os estudos eclesiásticos em Fortaleza, onde se ordenou pelo Seminário da Prainha em 30 de novembro de 1892, com 23 anos de idade incompletos.

                 Após a ordenação, exerceu o magistério no Seminário de Crato, até sua ida para a paróquia de Jardim, nomeado que fora em 7 de abril de 1896. A posse deu-se em 5 de maio do mesmo ano.

                Durante sua permanência em Jardim, que durou 9 anos, o padre Miguel conquistou os corações dos jardinenses, que ainda o amam como se filho da terra fosse.

                Inteligente, culto e empreendedor, o jovem levita não se ateve apenas à prática dos atos inerentes ao sacerdócio. Foi mais além e fundou um colégio onde, por alguns anos, os jovens da época receberam sadios ensinamentos.

                Muitos benefícios prestou o padre Miguel ao povo de Jardim, tanto no campo espiritual quanto material. Mas quis a Divina Providência que ele partisse para atender ao chamado do Pai. No dia 9 de fevereiro de 1908, deixava a cidade, já doente, para a localidade Fazenda Brás, onde faleceu às 2 horas da tarde do dia 15 de abril do mesmo ano. Seu corpo foi conduzido dali para a capela do Riacho do Meio, município de Barbalha, onde foi sepultado. Ao seu sepultamento compareceu uma caravana de jardinenses composta pelas seguintes pessoas: Tenente-Coronel José Caminha de Anchieta Gondim, Júlio Lóssio, Augusto Gouveia, José de Sá Barreto, Alfredo Rocha, José Morais, Alencar Filho, Antônio Barreto, Manoel Jorge, João Landim, João Barreto, Vitorino Barreto Couto de Alencar e João Sabino.

                Segundo consta, morreu vitimado por lesão cardíaca, mas para os jardineses que o consideram santo, morreu para não violar os votos de castidade. Ainda existem muitos parentes seus residindo em Jardim. Sua morte aos 39 anos, foi muito sentida.

                O Dr. Napoleão Tavares Neves, na revista Itaytera nº 30, afirma que talvez o sacerdote tenha sido acometido de uma cardiopatia chagástica. Trata-se de um diagnóstico provável, segundo acentua, já que se trata de uma doença antiga e havia, na época, como hoje, barbeiro na zona rural de Barbalha."(idem p.13)

                Sobre o padre Miguel assim se expressou um dos seus biógrafos: "Foi um sacerdote de vida sem jaça, inteligente, orador fluente e empolgante, cuja palavra arrebatava os ouvintes".

                Foi uma das glórias do clero cearense, considerado o primeiro orador sacro do Ceará. (Jardim: sua história e sua gente, p. 39,40)


Por José Márcio da Silva.

FLORES - PAJEÚ - PERNAMBUCO

 


     (Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, concluída em 1801 - ozildoroseliafazendohistoriahotmail.blogspot.com



                Foi de Flores, no Pajeú, que saiu o padre João Bandeira de Melo, em 1792. É de Flores, Teodora, a mãe de Bárbara Pereira de Alencar e de Leonel Pereira de Alencar, o mesmo que foi morto aqui em Jardim, em 1824, e tem uma rua com seu nome.

                Sobre Flores e a mãe de Teodora, Juarez Aires de Alencar nos diz: "Aquém do São Francisco, nos sertões do grande cacique Pajeú, manda Ana Rosa, a grande senhora da Fazenda Carnaúba, cujos campos não tem limites, a não ser para as bandas do grande rio. Os seus vaqueiros correm todos os campos porque são aliados de todos os caboclos, com quem apostam corridas desabaladas nas várzeas largas, onde se levanta sempre um curral para o ajuntamento do gado tresmalhado. José Arnaud além da chapada, Ana Rosa (D. Antonia Pereira Rosa) aquém da mesma, são os únicos senhores brancos que estendem o seu domínio sobre as Caatingas. Araripe nos campos do rio Açu, e Pajeú, no rio que tem o seu nome, são os dois grandes tuxauas que dividem, com braço forte, o mando sobre os povos bronzeados das Caatingas. (Dona Bárbara do Crato,p.17)

 

Por José Márcio da Silva 

SIMBOLOS DE JARDIM

 HINO

Hino do Município de Jardim

 

Andarás com teu passado
Cuja lembrança inebria
E por teus filhos amado
Crescerás em cada dia

Como joia na serra incrustada
Entre as fontes clarões refletindo
Ó jardim lindo seio de fada
Viverás entra as flores sorrindo

Teu verde solo encantado
De luz, de som, de alegria
Sempre será o campo honrado
Do trabalho e da harmonia

Como joia na serra incrustada
Entre as fontes clarões refletindo
Ó jardim lindo seio de fada
Viverás entre as flores sorrindo

Como a maior ufania
Deste teu seio perfumado
Lutaremos cada dia
Pela glória do passado

 

 (Fonte: Prefeitura Municipal de Jardim)


BANDEIRA



BRASÃO




quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

JOAQUIM ALVES DE OLIVEIRA

JOQUIM ALVES

Espaço da Praça Joaquim Alves antes da construção.
Praça Joaquim Alves em 1984. A conhecida Praça dos Correios.

                Primeiro que tudo, é bom que se saiba, que Jardim teve 2(dois) Joaquim Alves de importância para a história do município. Tivemos Joaquim Alves da Rocha, mais conhecido por Coronel Rocha, elevou Jardim à categoria de cidade. E Joaquim Alves de Oliveira.

               Joaquim Alves de Oliveira nasceu em Jardim (CE) em 10 de feve­reiro de 1894 e morreu em Fortaleza (CE) aos 8 de junho de 1952.

                Filho de Miguel Alves Tinín de Oliveira e de Maria Magalhães de Oliveira.

                Formado em Odontologia pela Faculdade de Farmácia e Odontologia do Ceará (1920).

Andou praticando clínica odontológica nos sertões cearenses, mas voltou para Fortaleza, dedicando-se ao magistério público e particular; foi catedrático do Instituto de Educação Justiniano de Serpa e da Faculdade de Ciências Econômicas do Ceará, sendo ainda Inspetor

Regional do Ensino. Ingressou na Academia Cearense de Letras em 15 de agosto de 1951;

Também, no Instituto do Ceará (Histórico, Geográfico e Antro­pológico), com posse em 6  de janeiro de 1943.  Um dos criadores do Grupo Clã.

                Dos seus escritos, dois textos evidenciam o escritor naturalista:

• ALVES, J. O Vale do Cariri. Rev. Inst. Ceará, Fortaleza, t. 59, p.94 - 133· 1945·

• __  . Historia das Secas (Séculos XVI/ a XIX). Mossoró: Fund. Guimarães Duque, 1953. 243 p. (/Coleção Mossoroense ). ; 2. ed., 1982

Fonte: Os naturalistas da Academia Cearense de Letras Autor: Melquíades  Pinto Paiva  (Professor titular (aposentado) da Universidade Federal do Ceará. Sóciocorrespondente da Academia Cearense de Letras. )

http://www.academiacearensedeletras.org.br/revista/revistas/2009/ACL_2009_13_Os_Naturalistas_da_Academia_Cearense_de_Letras_Melquiades_Pinto_de_Paiva.pdf

                Quando de sua morte em 1952, a revista do Instituto do Ceará publicou um artigo intitulado A morte de Joaquim Alves, autoria de Florival Seraine:

                " Joaquim Alves era o rebento do Cariri, o homem da Praça do Ferreira, o cearense, o filho deste Nordeste tormentoso e bravo. Tudo isso com espontaneidade, medular e superiormente traduzido.

                 A sua vida era plena, elevada de natural sinceridade (...) Os valores éticos transpareciam na dignidade e na pureza do seu viver; os seus atos eram claros e imbuídos de franqueza (...) Era homem de tendências sociais, amante das conversações urbanas, dos ruidosos e animados colóquios citadinos.

                 Procedia Joaquim Alves de conhecidas famílias do sul do Estado - Alves de Matos e Rocha, pelo ramo do seu genitor; Magalhães Lacerda e Furtado pela ascendência materna. Consorciara-se a primeira vez com D. Josefa Batista de Oliveira elemento de abastada e digna estirpe cearense, e em segundas núpcias com D. Milza Xavier de Oliveira.

                Seu filho, Dr. Elisio Alves, engenheiro civil pela Escola Nacional de Engenharia, pertence ao corpo técnico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística; sua filha Sta. Maria Helena Xavier Alves é dedicada acadêmica de Medicina no Rio de Janeiro - Fernando Roberto Xavier Alves, cursa o 2º ano do Colégio Castelo, nesta capital(1952).

                Compõe a bibliografia do nosso ex-companheiro de lides culturais as seguintes obras:

*Nas fronteiras do Nordeste, de 1929;

*Estudos de Pedagogia Regional , de 1939;

*Autores Cearenses, de 1949;

*História das secas no Ceará (obra póstuma);

                Divulgou vários artigos de cunho científico:

*O Ceará e suas regiões naturais. Na Revista da Sociedade Cearense de Geografia e História, números 1,2 e 4;

*Aspectos antropogeográficos do cangaceirirsmo. Na revista acima citada, números 1 e 3;

*Introdução às ciências geográficas. Na Revista do Professor, de São Paulo, n 15;

*As migrações do São Francisco para o Vale do Cariri. No Jornal do Comércio, do Rio de Janeiro, de 21 de outubro de 1934;

*Clima e alimentação do Nordeste. No Jornal do Comércio de Recife, edição de 2 de maio de 1937;

*Alimentação das populações rurais. Em O Povo, de Fortaleza, ns 14 e 15 de janeiro de 1935;

*Afrologia brasileira. Na Revista da Sociedade Cearense de Geografia e História, em 1939;

*Clima cearense. Idem;

*Evolução social dos sertões. Em O Ceará, de Fortaleza;

*Ensino profissional rural. Na Revista do Professor, de São Paulo, n 16, de 1936;

*Juazeiro cidade mística. Na Revista do Instituto do Ceará, volume de 1948;

*O Vale do Cariri. Apresentado ao X Congresso Brasileiro de Geografia, do Rio de Janeiro, aprovado e mandado publicar nos Anais desse conclave, saída a lume em 1946, na Revista do Instituto do Ceará.

                A Antropologia e a Pedagogia foram, destarte, as ciências que concentraram as atenções de Joaquim Alves, embora certa preocupação sociológica transparecesse em inúmeros passos da sua obra.

                A começar pelo seu livro de estreia - "Nas fronteiras do Nordeste", que a crítica recebeu de modo assaz lisonjeiro e de logo o consagrou figura meritória das letras regionais, até alcançar seu último trabalho editado "Juazeiro cidade mística", faz referência a determinados fenômenos sociais, ao abordar temas de nossa realidade cultural.

                Destaca-se mormente nas apreciações de livros históricos, geográficos ou etnográficos, e procura encarar, não raro, as produções focalizadas do ângulo de uma compreensão sociológica da obra de arte.

                Na posição de crítico, jamais revelou atitudes de irreverente censor das produções alheias, preocupado em acentuar deficiências, incapaz de discernir qualidades no autor analisado.

                Ao contrário, sua crítica literária parece-nos executada com o objetivo secreto de difundir a produção dos seus conterrâneos: seria outra obra de altruísmo, de pura fraternidade, saída da sua pena de escritor. Pois - e aqui indicamos novo aspecto da personalidade de Joaquim Alves - desde a sua juventude, em 1919, quando elabora os seus primeiros artigos para a imprensa, e funda com outros espíritos emancipados o Partido Socialista Cearense, desde as suas primícias literárias foi um preocupado com a "questão social", conservando pela vida em fora o seu interesse pelos problemas coletivos.

            Joaquim Alves nunca se esmerou em façanhas extraordinárias, nem buscou posar para a posteridade.

                A sua grandeza decorria principalmente da unidade orgânica, a coerência entre a sua obra e a sua vida.

                Entre as ideias que propalava e lhe cabia realizar, como intelectual e mestre da juventude, e a sua conduta na órbita social: a ética veraz da sua existência.

                Nesta homenagem que o Instituto do Ceará, através de nossas pálidas expressões, rende à memória do nosso falecido consócio, procura-se, além de demonstrar a dor que nos atingiu pelo seu passamento e a consciência da vultosa perda humana que o Ceará recentemente sofreu (1952), apontar às novas gerações o exemplo de uma vida autêntica a admirar e a seguir."

(Florival Seraine. Revista do Instituto do Ceará, 1952. Págs: 30, 31, 32, 33, 34 e 35.)

                A academia Cearense de Letras, quando de seu falecimento também publicou:

                No dia 8 de Junho de 1952 faleceu nesta capital o ilustre escritor cearense Joaquim Alves, membro efetivo da Academia Cearense de Letras e do Instituto do Ceará. Foi uma figura de autêntico merecimento que nos círculos literários de Fortaleza granjeou justa notoriedade, pela realização de uma obra importante que firmará seu nome entre as mais belas expressões mentais de nossa terra. Lançando-se a assuntos de grande monta e responsabilidade no campo dos fenômenos sociais, econômicos e educacionais, conseguiu deixar uma notável bagagem literária como se pode ver dos seus livros: "Nas Fronteiras do Nordeste" (1929); Estudos de Pedagogia Regional (1939); "O Vale do Cariri" (1948); "Juazeiro, cidade mística" (1949); "Autores Cearenses" (1949); "Ceará e suas Regiões Naturais" e "História das Secas", a publicar. Além disso, farta e variada colaboração permanente se acha em jornais e revistas, que dará outros tantos volumes interessantes.                                               

                Na maior simplicidade e modéstia, sem a vaidade dos que fazem do saber um monopólio, exerceu Joaquim Alves o melhor de sua atividade mental evitando alarde em torno de sua pessoa, com a nobre compreensão ela dignidade do seu destino entre os seus semelhantes.

                Assim foi que, apesar da diferença ele mais de vinte anos, tomou parte saliente entre os rapazes de "Clã" e da ABDE ", confundindo-se com eles, no esforço comum desse movimento da mocidade cearense em prol do engrandecimento das nossas letras. E no cooperar com esse grupo, debatia as questões suscitadas com vivacidade de ânimo como se fosse o mais jovem de todos. Daí porque a sua morte causou profunda consternação entre os seus companheiros e a revista "Clã" dedicou-lhe páginas de tocante homenagem.

                No "Instituto do Ceará" ou na "Academia Cearense de Letras", foi, também, um dos elementos mais profícuos e brilhantes. Com todas as iniciativas ou deliberações compartilhava, assiduamente, com aquele entusiasmo e alegria que eram as características principais do seu sadio espírito sempre disposto ao trabalho e aos cometimentos altruísticos. Sua morte deixou um vazio difícil de preencher. Grande foi a tristeza da perda do magnífico companheiro, que continuará a viver na saudade de todos nós. (fonte: Revista da Academia Cearense de Letras, Sessão Os Nossos Mortos,  1953, pág 190)

Por José Márcio da Silva

MADRE ANA COUTO


 

1885 - MADRE ANA COUTO

 

                No dia 30 de janeiro de 1885, no Sítio Engenho D'água, nascia Madre Ana Couto (Ana Álvares Couto). Foram seus pais Cláudio Álvares Couto e Eponina Marques de Gouveia.  

                No dia 23 de janeiro de 1923, recebeu convite de Dom Quintino Rodrigues de Oliveira e Silva, 1º Bispo de Crato, para tratar da fundação de um colégio e simultaneamente uma congregação religiosa. Vislumbrava-se assim 'Naninha' a possibilidade de entregar-se ao serviço de Deus.

                No dia 4 de março do mesmo ano, juntamente com algumas companheiras, funda a Congregação das Filhas de Santa Teresa, com sede em Crato, da qual passa a fazer parte como Superiora Geral.

                No dia 15 de outubro de 1924, emitiu os votos religiosos e no dia 31 de janeiro de 1933 fez sua profissão perpétua.

                Apesar da pouca cultura que possuía, dedicou-se à causa da educação, fundando colégios em Iguatu e Icó, além do tradicional Colégio Santa Teresa, de Crato, responsável pela educação de centenas de jovens das mais tradicionais famílias caririenses.

                Madre Ana Couto não foi somente a religiosa de muitas virtudes e a educadora devotada. Foi o farol que iluminou o caminho espiritual de seus familiares. Dois de seus sobrinhos se tornaram padres e duas sobrinhas, religiosas.                                                             

             Após 23 anos dedicados ao reino de Deus, falece Madre Couto. Era o dia 31 de janeiro de 1947." (Jardim: sua história e sua gente, p. 134)   


Por José Márcio da Silva   

OS KARETAS DE JARDIM




 

FESTA DOS CARETAS DE JARDIM

 

                Nas palavras do artista plástico de Jardim, Luis Lemos: "As primeiras manifestações dos caretas na cidade de Jardim datam de finais do século XIX. Inicialmente a festa era realizada na zona rural e constituía-se de uma comemoração pelo término da colheita. Os agricultores confeccionavam uma espécie de espantalho ao qual lhe davam o nome de "Pai Véi" ou "Vosso Pai".

                No final da colheita, mascarados, com chocalhos, chicotes, percorriam vários sítios pedindo donativos para o sítio de Pai Véi. Faziam uma grande festa e, ao final, o malhavam.

                Talvez pela proximidade da semana santa, a festa tenha assumido alguns aspectos religiosos, e o Pai Véi foi substituído pelo Judas Iscariotes, quando passou a ser realizada na zona urbana."

ESCRAVOS EM JARDIM

 



De acordo com dados do Arquivo Público do estado do Ceará, de 1883, em Jardim haviam:

                Escravos matriculados na zona rural; homens, 137. Mulheres, 98. Na zona urbana; homens 9. Mulheres 89. Sem profissão específica; homens, 94. Mulheres, 99. Total 526.


Por José Márcio da Silva.

CÓLERA MORBUS

 1862 - A EPIDEMIA DE CÓLERA

 

                A cólera não teve início na Europa, mas sim na Ásia, daí ser chamada de "cólera asiática" pelos epidemiólogos. Surpreendentemente, a historiografia sobre esta doença temível, causada pelo bacilo Vibrio comma, dá maior destaque a seus efeitos sobre as populações européias do que sobre as asiáticas. Tem-se notícia da primeira aparição epidêmica na Europa em fins do século XII ou início do XIII. Ainda que a cólera tenha feito suas primeiras vítimas nessa época de ampliação dos contatos entre Europa e Oriente, foi no século XIX que ela marcou profundamente a história da humanidade, originando-se dos seus nichos ecológicos na Índia -um permanente foco de reprodução do bacilo ainda em nossos dias -e propagando-se da região de Bengala e do Delta do Ganges por toda a Europa e Américas. A partir de 1850, a navegação a vapor e o transporte ferroviário intensificaram os deslocamentos populacionais e as trocas comerciais. Das antigas rotas brotavam outros cursos da doença. O Brasil não tardaria a incluir-se nos novos itinerários. Em 1855, os portos brasileiros já acusavam os primeiros casos de infecção colérica.

                Em fevereiro de 1862, o Ceará foi invadido por uma epidemia de cólera que matou grande parte da população. O "Cólera Morbus". Foram acometidas as cidades de Icó, Lavras (Lavras da Mangabeira), Maranguape, Crato, Várzea Alegre, Tauá, São Bernardo de Russas, União, Poço da onça, Passagem de Pedras (Itaiçaba), Aracati, Iguatu, Sucatinga, Pacatuba, São João do Príncipe, Acarape (Redenção), Arneiróz, Marrecas, (Parambu) Fortaleza, Milagres, Jardim, Jubaia, Tabatinga, Sapupara, Jereraú, Limão, Urucará e Boa Vista. (Da dissertação: Um Século de Cólera; Itinerário do Medo. De Luiz Antonio de Castro Santos,1994).

                5 de abril de 1862, surgiu o cólera-morbo em Milagres, no distrito de Coité, onde vitimou 105 de seus habitantes. Em toda a comarca milagrense foram atacadas 4.270 pessoas, das quais faleceram 730.

                23 de abril de 1862, foi atingido o Jardim pelo cólera-morbo, no lugar Poço, que se extinguiu em fins de junho, tendo feito 66 vítimas. Passou à vila, onde em 18 dias ceifou 200 vidas. Em todo o município foram atacados 3.370 indivíduos, dos quais morreram 550.

                Em 30 de abril de 1862 em Crato com 1.100 mortes e em 12 de maio de 1862, em Missão Velha, com 36 mortes. (O  Cariri pág. 130 e Efemérides do Cariri, págs.147, 148)

VÍCIO DE BARALHO É ANTIGO EM JARDIM

 1856 - VÍCIO DE BARALHO

 


                Sobre o vício de jogar, ao qual se refere Gardner (1838), que era veraz observador, digamos que se não restringia ao Crato, mas campeava infrenemente em todo o Cariri.

                Em 1856, em seu número de 10 de maio disse " O Araripe": É domingo. Os ricos jogam a espadilha, as mulheres a sueca, o pobre o vinte e sete, o cativo ou o frecha ou o cacete. O que é um jogo de paradas, a portas fechadas, com um baralho aparado, uma botija de aguardente a um canto, uma faca ao cós! Um crime... dois crimes... muitos crimes...! Mas é isto o que vemos diariamente no Crato, mesmo na prisão da sala livre, na Barbalha, no Jardim, em Porteiras, em cada vila, em cada povoação ou sítio, em cada canto finalmente. Cumpre que a polícia acabe com isto, ao menos para que daqui a pouco se não suponha que jogar é profissão lícita; por que se isto se deixa encasquetar ao povo, adeus enxada! Não há quem não prefira viver jogando a andar quebrando as unhas por essas bibocas. (PINHEIRO, Irineu. O Cariri: seu descobrimento, povoamento, costumes. pág. 79)

CONEGO RAIMUNDO ULISSES PENNAFORT

 



     (Jardim homenageou o Conego Penafort com o Grupo Escolar Conego Penaforte)

(O Grupo Escolar Conego Penaforte foi Secretaria de Educação e a partir da década de 1990, foi a Prefeitura Municipal de Jardim. Ilustração de José Márcio da Silva)


1855 - CÔNEGO PENAFORT

 

                Nasceu, em Jardim, o cônego Raimundo Ulisses Penafort. Foram seus pais Manuel Francisco Cavalcante de Albuquerque Melo e dona Generosa Cândida Brasil de Albuquerque Penafort. Ordenou-se em 2 de maio de 1880 no seminário do Carmo, em Belém do Pará, sob o episcopado de D. Antônio de Macedo Costa. Colaborou em jornais do Ceará e do Pará, escreveu várias obras de cunho religioso e histórico que lhe abriram as portas de muitas associações literárias e científicas. (Efemérides do Cariri, p.140)

                O Cônego Penafort, como era mais conhecido, estudou no Seminário de Crato, tendo-se ordenado Padre em Belém do Pará, no dia 2 de maio de 1880, pelo então Bispo do Pará, D. Antônio de Almeida Costa. Em 1892 foi feito Cônego. Exerceu o vicariato de 1902 a 1909. Em 25 de abril de 1921, aos 65 anos de idade, encontrou a morte no Leprosário Paraense de Tucunduba. Antes de morrer, sofrera sérias perseguições por parte de políticos da época, a ponto de ser banido de Vigia em uma piroga com três remadores. Foi homem de invejáveis dotes intelectuais, um dos maiores etnólogos brasileiros, além de grande orador. Jornalista destemido e escritor de escol, colaborou com inúmeras associações e institutos culturais, não só do Brasil como do exterior. Foi membro correspondente da Academia Cearense de Letras, de cuja entidade é patrono da cadeira 32, membro cooperador de 'La Union Católica del Peru', da 'Academia Poliglota da Itália' e da 'Societé Asiatique de Paris'. Em vida foi amigo dos pobres e das crianças, o que demonstra quão puras e desinteressadas eram suas intenções. (Jardim: sua história e sua gente p. 132)

QUANDO JARDIM COMPLETA 200 ANOS ?




 

Jardim 200 anos

 

                Quando Jardim completa 200 anos?

                Em 21 de agosto de 1992, Jardim completou 200 anos da chegada do Padre João Bandeira de Melo.

                Em 30 de agosto de 2014, completou 200 anos quando Jardim foi elevado à categoria de vila.

                Em 11 de outubro de 2014, completou 200 anos de paróquia.

                Em 3 de janeiro de 2016, completou 200 anos em que foi inaugurada a Vila pelo ouvidor Carvalho, sob o decreto imperial que a tornou uma vila.

                Em 3 de setembro de 2079, Jardim completará 200 anos de elevação à categoria de cidade.


Por José Márcio da Silva.

LABATUT - O GENERAL QUE PRENDEU PINTO MADEIRA

 PEDRO LABATUT

 


Pierre Labatut, dito Pedro Labatut (Cannes1776 — Salvador1849), foi um militar francês (mercenário) que organizou o chamado "Exército Pacificador" a partir do Rio de Janeiro para os confrontos da Guerra de Independência do Brasil em Salvador.

O General Pedro Labatut reforçou as tropas que sitiavam a capital baiana com a Brigada do Major (depois coronel) José de Barros Falcão de Lacerda, composta por 1.300 soldados de PernambucoBahia e Rio de Janeiro, que repeliu três ataques portugueses, ocasionando 80 mortes e deixando outros 80 feridos. A Batalha de Pirajá, como ficou conhecida, foi o principal confronto da Independência da Bahia.

Labatut foi um experiente e exímio militar. Participou das Guerras Napoleônicas, entre 1807 e 1814, tendo sua atuação na Península Ibérica.

Veterano de guerra, serviu na Europa, na Guerra Peninsular, e posteriormente esteve na Colômbia, onde foi comandante revolucionário na Guerra de independência na América espanhola[5]ao lado de Simon Bolívar, com quem não se entendeu bem. Nessa passagem, ficou conhecido como “Pirata do Caribe”.

O general francês chegou ao Brasil em 1819, mas só em 3 de julho de 1822 no Rio de Janeiro, a convite do príncipe regente Dom Pedro, e pelo ministro do Reino e dos Negócios Estrangeiros, José Bonifácio de Andrada e Silva, foi contratado e admitido ao posto de brigadeiro, em razão da carência de oficiais no exército recém-organizado. No mesmo ano, em 8 de dezembro, venceu as forças de Madeira, no importante combate de Pirajá.

Organizou o chamado "Exército Pacificador" e seguiu com as suas tropas para a Bahia, na esquadra comandada pelo Chefe de Divisão Rodrigo de Lamare, composta por uma fragata, duas corvetas e dois brigues, com a missão de enfrentar o general português Inácio Luís Madeira de Melo, ali entrincheirado e em desafio ao Regente. Venceu os portugueses na Batalha de Pirajá.

 

Guerra de Independência do Brasil

O Exército Pacificador na Bahia

 

Na região da Bahia, sucederam diversas lutas para impedir que o Brasil se tornasse independente de Portugal. Foram meses de luta, batalhas em diversos pontos do Recôncavo Baiano, sendo a mais famosa a de Pirajá, bairro de Salvador, que foi palco das principais lutas, onde segundo consta, o corneteiro Luis Lopes decidiu a vitória após trocar o toque para "cavalaria, avançar e degolar". Os portugueses, surpresos por tal atitude (que era impossível, já que na batalha não havia cavalaria brasileira), entraram em choque e recuaram, dando abertura às tropas brasileiras a atacaram com força entusiasmo, vencendo o confronto.

O general organizou grupos armados dispersos, até então sob comando de civis, em um exército rígido, disciplinado e, acima de tudo, fiel ao imperador D. Pedro I. Com o intuito de cessar  os conflitos entre brasileiros e portugueses que resultaram nas lutas pela independência na província da Bahia.

Labatut, fez diversas promessas para conseguir mais combatentes para o seu exército, dentre elas riqueza, prestígio e até a liberdade para que os escravos alistassem. O general foi bem rigoroso para manter a ordem das tropas, utilizando de castigos físicos para não escravos, atitudes que contrariaram muitos os Senhores de Engenho.

Em novembro de 1822 cerca de 51 negros aquilombados foram executados, ordenados pelo general francês Pedro Labatut, comandante do Exército Pacificador da Bahia. Segundo o relato do próprio Labatut:

"mesmo presos e amarrados, insultavam os nossos com o nome de 'caibras', que lhes foi ensinado pelos lusitanos; eu os mandei fuzilar [...].

Labatut teve grande êxito durante sua liderança nas forças patriotas, vencendo batalhas importantes, como A Batalha de Pirajá e a derrota da Armada Portuguesa quando estes tentaram reocupar a Ilha de Itaparica.

O general francês comandou o Exército Pacificador durante grande parte da campanha militar e esteve como líder das tropas até uma conspiração organizada pelos comandantes do seu exército que o depuseram do comando, e mesmo com o sucesso e vitórias militares obtidas, acabou sendo preso em 24 de maio de 1823.

A chegada do militar francês Pedro Labatut ao cenário de guerra no estado da Bahia mudou o curso das ações bélicas. Além de trazer um intimação para que o general Madeira de Mello desocupasse Salvador, Labatut levou ordens expressas para transformar aqueles grupos armados sob o comando do Conselho Interino de Cachoeira.

No entanto, a guerra alterou altamente a ordem social escravista, da mesma forma que os conflitos em outras territórios das Américas afetaram algumas sociedades. A necessidade de mão-de-obra militar levou os patriotas a abandonarem a exclusão de não brancos das forças armadas regulares (o exército), vigente na época colonial, e contribuiu à fácil aceitação de trabalhadores escravos em funções militares auxiliares.

 

Recrutamento de escravos para Guerra

 

Na Bahia houve um recrutamento de escravos , que não foi ordenado nem ajustado por lei. Pierre Labatut, o general francês já veterano em guerras, liderou as forças patriotas na Bahia, recrutou e alistou escravos que foram confiscados de senhores de engenho portugueses que estavam ausentes.

Embora Labatut tivesse solicitado autorização formal para tal alistamento da junta patriota local, o Conselho Interino do Governo, ele não a recebeu, e eventualmente foi afastado do comando num golpe sereno em maio de 1823 , por motivos que não estavam ligadas diretamente ao seu empenho em recrutar escravos para as lutas.

A vitória exigia a solução das questões deixadas por esse "recrutamento" de escravos, o que veio na forma de um decreto imperial que sugeriu a libertação de todos os escravos que tivessem lutado como soldados, por meio de indenização monetária aos donos que não pudessem ser convencidos a libertar espontaneamente seus escravos. No entanto, esse decreto e as libertações compensadas resultaram em processos prolongados nos quais senhores defenderam fortemente o seu direito de propriedade fundamento da não-intervenção do Estado nos direitos senhoriais.

Esses escravos que participaram da guerra como soldados foram enfim libertados, porém permaneceram como soldados na guarnição do exército brasileiro em Salvador. A presença desses ex-escravos incomodava as autoridades e elites locais. Sua participação no Levante dos Periquitos, em fins de 1824, forneceu a justificativa para a transferência dos soldados negros e libertos para fora da região.

Apesar de seus triunfos, as atitudes do General Labatut em relação tanto às tropas quanto aos senhores de engenho da Província estava gerando um grande descontentamento. Segundo os relatos do Conselho de Governo Interino, situado na cidade de Cachoeira, o general francês se considerava a maior liderança da Bahia, desrespeitando as decisões deste órgão, ordenando a prisão e o espancamento de soldados, o que provocou uma conspiração para destituí-lo de seu posto.

Desconfiado de alguns movimentos para o depor, o militar francês ordenou a prisão do coronel Felisberto Gomes Caldeira e Joaquim Pires de Carvalho e Albuquerque D’Ávila Pereira. Determinou, ainda, que o coronel Lima e Silva atacasse o 3º Batalhão que havia se rebelado após a prisão de Felisberto. Em 21 de maio de 1823, Lima e Silva, com o apoio do Conselho Interino de Governo, reuniu vários oficiais e decidiram não cumprir as ordens, em seguida depuseram Labatut e o prenderam.

 

Expedição ao Ceará

 

Em 7 de julho de 1832, a Regência o convocou para chefiar uma expedição ao Ceará,  com o objetivo de prender Pinto Madeira e devolver a paz aos habitantes da província. No dia 23 de julho, Labatut chegou ao Ceará, trazendo 200 homens, quase todos negros. Mas somente em 31 de agosto, veio ele ao teatro da Guerra do Pinto, iniciando sua missão pela Vila de Icó.

Labatut encontrou a revolta praticamente encerrada, graças ao empenho do presidente da província, José Mariano de Albuquerque. Em setembro do mesmo ano, Labatut já estava no Cariri, organizando seu quartel no Sítio Correntinho, (localizado este entre Crato e Brejo Grande, no município de Barbalha, propriedade de Joaquim Pinto Madeira.

Então, o militar francês lançou uma  proclamação aos revoltosos convidando-os à rendição, mediante promessa de clemência. Ofereceu garantias a Pinto Madeira e ao padre Antônio Manuel de Souza para estes se entregarem, o que ambos fizeram, em 12 de outubro de 1832, com a promessa de serem enviados ao Rio de Janeiro, onde teriam um julgamento imparcial.

Labatut possuía muita experiência e logo percebeu que as notícias chegadas à capital do Império sobre a Guerra do Pinto, estavam um pouco equivocadas. Acampado no Cariri, constatou que Joaquim Pinto Madeira, mesmo obtendo algumas vitórias, nunca ultrapassou os limites de Icó. A capital da província, os portos cearenses, a rota entre Aracati e Icó nunca saíram das mãos do governador da Província e da Regência. Além disso, Labatut  não precisou de muitos esforços, pois a Guerra do Pinto já havia sido vencida pelo governador da província, José Mariano. Tudo isso tranquilizou o general Labatut, pois sua missão não necessitava promover  lutas e sim viabilizar  o apaziguamento da população.

Foi o que ele fez, tendo oportunidade de cumprir, com isenção,  sua missão. Para evitar que os dois chefes rebeldes fossem executados por seus inimigos do Ceará, enviou-os a Recife, sob a guarda de um oficial de sua plena confiança. Em 14 de outubro, Labatut fez um ofício de esclarecimento, ao Ministro da Guerra da Regência:

“(...) Tenho a honrosa satisfação de ver quase concluída a comissão que a Regência do Império, em nome do Imperador, me há encarregado, sem derramar uma só gota de sangue brasileiro. Remeto a V.Excia., por intermédio do presidente de Pernambuco, o ex-coronel Joaquim Pinto Madeira e o vigário de Jardim, Antônio Manoel de Sousa que, sob condição de conservar-lhes as vidas, e remetê-los  para essa Corte, se me vieram apresentar no acampamento de Correntinho, em virtude de minha proclamação de 22 de setembro próximo passado, cuja cópia ofereço a V.Excia. Eles vieram acompanhados de muitas famílias que foram ao seu encontro nos desertos e montanhas por onde passavam. Estes dissidentes, em número de 1.590, prontamente me entregaram as armas da nação que empunhavam. Exmo.Sr., a maior parte das intrigas durante o reinado do terror, que felizmente passou, compeliu estes povos a hostilizarem-se de modo tal que geme o coração mais duro, à vista dos incêndios, mortes arbitrárias e roubos praticados até pelas tropas do presidente desta província (...)

  “Como, pois, poderão ser julgados os réus por juízes inçados da mesma opinião dos partidos que assolam a província? Por isso rogo a V.Excia. se digne de atender ao meu último oficio do Icó, em que, conhecendo cabalmente os males que acabrunham a nova comarca do Crato, eu pedia juízes íntegros, justos e sábios por não haver um só letrado, em toda ela, os de paz e ordinários são mui leigos e pertencem a um e outro partido. (...)

                “Estou pronto a executar as ordens do governo supremo, conservando-os submissos como ora se acham, em vista da brandura com que os tenho tratado, mas necessito de juízes com hei demonstrado. (...) A intriga, desgraçadamente, deu vulto a cousas em que nada ofendiam as leis. É falso, como aqui se dizia, que Joaquim Pinto Madeira proclamara e defendia a restauração e queria reproduzir aqui as cenas sanguinolentas  do S. Domingos francês (referia-se à revolta dos escravos negros no Haiti). O governo mandando juízes letrados imparciais conhecerá a fundo os verdadeiros culpados. O coronel de milícias Agostinho Tomás de Aquino e o tenente  de primeira linha Antônio Cavalcante de Albuquerque (ambos das tropas do presidente da província) cometeram horrorosos atentados contra os direitos civis, vidas e propriedades de seus concidadãos, sem escapar sexo nem idade. Seria um grande benefício para a humanidade atrozmente ofendida, e para a tranquilidade da Província, que V. Excia. os mandasse recolher à Corte e devassar as suas condutas. Fez-se guerra de bárbaros, mataram-se prisioneiros, queimaram-se casas, legumes, mobílias, roubaram-se gados, confiscaram-se os bens dos dissidentes.“Deus guarde a V.Excia. Sr. brigadeiro Bento Barros Pereira, Ministro da Guerra – Pedro Labatut, general comandante das tropas do Ceará. Crato, 14 de outubro de 1832”.

Em 1839, já como Marechal de Campo, foi designado para combater os "farapos", no sul, na Revolução Farroupilha contra Davi Canabarro, seu batalhão chegou a Passo Fundo aniquilado em setembro de 1840. onde fracassou. Em 1845 foi definitivamente reformado, residindo no Rio de Janeiro até 1847, quando se transferiu para a Bahia.

Legado

Pedro Labatut recebeu o título de Marechal-de-campo ainda em vida. Deixou o serviços como militar em 1842 e faleceu em Salvador na antiga rua dos Barris, via que hoje recebeu o nome de rua General Labatut e seus restos mortais estão em uma urna no Panteão de Pirajá; Foi o bisavô do almirante Alexandrino Faria de Alencar, reformador da Armada Brasileira, senador e ministro da marinha.

O militar francês teve um papel de extrema relevância na Independência, pois ele conseguiu transformar civis, cuja maioria deles eram trabalhadores humildes (negros, índios e caboclos), em um exército disciplinado que conseguiu derrotar e retirar os portugueses da Bahia.

No interior do Nordeste,existe a lenda do Monstro Labatut,tendo este recebido o nome por causa do Militar.

 

 

Por José Márcio da Silva

Fonte: wikipédia

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