1856 - VÍCIO DE BARALHO
Sobre o vício de jogar, ao qual se refere Gardner
(1838), que era veraz observador, digamos que se não restringia ao Crato, mas
campeava infrenemente em todo o Cariri.
Em 1856, em seu número de 10 de maio disse " O
Araripe": É domingo. Os ricos jogam a espadilha, as mulheres a sueca, o
pobre o vinte e sete, o cativo ou o frecha ou o cacete. O que é um jogo de
paradas, a portas fechadas, com um baralho aparado, uma botija de aguardente a
um canto, uma faca ao cós! Um crime... dois crimes... muitos crimes...! Mas é
isto o que vemos diariamente no Crato, mesmo na prisão da sala livre, na
Barbalha, no Jardim, em Porteiras, em cada vila, em cada povoação ou
sítio, em cada canto finalmente. Cumpre que a polícia acabe com isto, ao menos
para que daqui a pouco se não suponha que jogar é profissão lícita; por que se
isto se deixa encasquetar ao povo, adeus enxada! Não há quem não prefira viver
jogando a andar quebrando as unhas por essas bibocas. (PINHEIRO, Irineu. O
Cariri: seu descobrimento, povoamento, costumes. pág. 79)
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