quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

JOSÉ RANGEL - ESCULTOR

 



1898 - JOSÉ RANGEL

                               

                José Rangel, o escultor da estátua de Nossa Senhora das Graças, é também autor de obras importantes no Rio de Janeiro, Fortaleza e outros lugares.

                Dia 28 de maio, terça-feira, lua crescente, dedicado a São Germano e Santo Emílio, nascia à Rua da Baixa ( hoje Coronel Rocha), em Jardim, José Rangel Sobrinho.

                Filho do alfaiate Cirilo Leite Rangel e da dona-de-casa Maria Bringel (Maroca).

                Conforme entrevista dada a Otacílio Anselmo, ele afirmara ter nascido a 8 de maio de 1898, contrariando as informações da família, de J. de Figueiredo Filho e de Maria de Alacoque de Lima Pereira, que insistem no dia 28  de maio de 1895. ( Rangel escultor: o artista que veio de Jardim, p. 19).

                Rangel é o escultor da estátua de Nossa Senhora das Graças, em frente à igreja matriz. José Rangel assim escolhera a posição da estátua, com a cabeça reclinada levemente para a casa de sua mãe.

                Por ter feito um Judas à imagem e semelhança do avô paterno (influência da Festa dos Caretas ?), José Rangel teria sido mandado, pela primeira vez, para Fortaleza, não sem antes levar uma surra, e morou um ano na casa de um tio na capital.

                Findo o castigo, voltou a Jardim, onde não teria muito mais o que fazer e, seguindo os passos do irmão Genésio, foi mandado de volta à capital cearense, aos (12) doze anos de idade. (p.27)

                Em Fortaleza, José Rangel retomou os estudos e passou a ser aprendiz de torneiro na Estrada de Ferro de Baturité, tendo se destacado pelo fato de fazer suas próprias ferramentas de trabalho.

                Teria embarcado com as tropas de Franco Rabelo, líder do movimento que derrubou a oligarquia Acioly, para o Cariri. Tomou parte no ataque a Juazeiro, lutou no Crato, passou por Barbalha e chegou ao Iguatu. Integrou-se às tropas de J. da Penha e foi atingido na perna por uma bala, na noite chuvosa de 22 de janeiro de 1914. A bala ainda estaria alojada em sua perna em 1953.

                Fugiu para o Amazonas ( essa fuga pode ter a ver com a seca de 1915, das mais fortes que assolaram o Ceará, abandonou as muletas em Belém e chegou ao Acre. Trabalhou como seringueiro. Retornou ao Ceará em 1817. (p.29)

                Fazia caricaturas nos bares e esculturas de areia na Praia do Peixe. (p.30)

                Sua ida para o Rio de Janeiro se deu em 1922 ou 1923. Foi aprovado em sexto lugar (doze aprovados, de noventa e seis inscritos) no concurso para admissão à Escola de Belas Artes.(p. 32)          

                Matriculado na Escola de Belas Artes, participou ativamente da vida do Rio de Janeiro. Deve-se creditar à sua competência a premiação na Exposição Geral com a escultura em bronze como reverência aos 'Dezoito do Forte', intitulada de 'A Epopéia do Sacrifício', homenageando o grupo de tenentes que se rebelou, em 5 de julho de 1922, antecipando a Revolução de 1930."(idem, p.47)

                José Rangel teria esculpido, na areia de Copacabana, as figuras do Rei Alberto e da Rainha Elisabeth, da Bélgica, que visitou o Brasil, para as festas do Centenário da Independência, tendo recebido das mãos do próprio monarca uma medalha de ouro.

                Teria também modelado um D. Pedro II, na areia colocada na Praça Saens Peña, ma Tijuca, Rio de Janeiro, quando do centenário de nascimento do Imperador, em outubro de 1925. (p.34)

                Ainda para o Rio de Janeiro, José Rangel esculpiu a peça "Ad Glorium", em homenagem a Santos Dumont, a qual teria sido colocada, segundo alguns, na porta do Galeão, Base Aérea na Ilha do Governador, transformada em aeroporto internacional.

                Também deixou sua marca em Belo Horizonte, com o monumento a Olegário Maciel, único presidente de Estado a ser mantido no poder depois da Revolução de 30. (p.50)

                Diz-se que José Rangel era muito reservado, não gostava de falar de si e não deixou escritos. Todos evidenciavam seu desapego ao dinheiro e pouca atenção dada a recortes de jornais ou registros de suas obras. (p.65)

                O home maduro, aos 53 anos, quis interferir e deixar uma obra na praça principal da cidade.

                Segundo relatos dos mais idosos, como Luiz Ferreira Gorgônio, ele teria feito uma promessa a Nossa Senhora das Graças e, alcançado o pedido, modelou a santa em cimento cru, fincada em frente à Igreja Matriz. (p.71)

                Morreu em 11 de janeiro de 1969. No entanto há fontes que indicam o dia 11 de novembro de 1969. (Gilmar de Carvalho IN Rangel escultor, o artista que veio de Jardim)


Por José Márcio da Silva.


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