quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

PADRE MIGUEL COELHO

 

1896 - PADRE MIGUEL COELHO EM JARDIM

 

                O Padre Miguel Coelho de Sá Barreto, de tradicional família caririense, nasceu em Barbalha, no dia 8 de maio de 1870. Foram seus pais o capitão Luíz Carlos Sampaio e dona Gertrudes P. de Sá Barreto.

                Concluiu os estudos eclesiásticos em Fortaleza, onde se ordenou pelo Seminário da Prainha em 30 de novembro de 1892, com 23 anos de idade incompletos.

                 Após a ordenação, exerceu o magistério no Seminário de Crato, até sua ida para a paróquia de Jardim, nomeado que fora em 7 de abril de 1896. A posse deu-se em 5 de maio do mesmo ano.

                Durante sua permanência em Jardim, que durou 9 anos, o padre Miguel conquistou os corações dos jardinenses, que ainda o amam como se filho da terra fosse.

                Inteligente, culto e empreendedor, o jovem levita não se ateve apenas à prática dos atos inerentes ao sacerdócio. Foi mais além e fundou um colégio onde, por alguns anos, os jovens da época receberam sadios ensinamentos.

                Muitos benefícios prestou o padre Miguel ao povo de Jardim, tanto no campo espiritual quanto material. Mas quis a Divina Providência que ele partisse para atender ao chamado do Pai. No dia 9 de fevereiro de 1908, deixava a cidade, já doente, para a localidade Fazenda Brás, onde faleceu às 2 horas da tarde do dia 15 de abril do mesmo ano. Seu corpo foi conduzido dali para a capela do Riacho do Meio, município de Barbalha, onde foi sepultado. Ao seu sepultamento compareceu uma caravana de jardinenses composta pelas seguintes pessoas: Tenente-Coronel José Caminha de Anchieta Gondim, Júlio Lóssio, Augusto Gouveia, José de Sá Barreto, Alfredo Rocha, José Morais, Alencar Filho, Antônio Barreto, Manoel Jorge, João Landim, João Barreto, Vitorino Barreto Couto de Alencar e João Sabino.

                Segundo consta, morreu vitimado por lesão cardíaca, mas para os jardineses que o consideram santo, morreu para não violar os votos de castidade. Ainda existem muitos parentes seus residindo em Jardim. Sua morte aos 39 anos, foi muito sentida.

                O Dr. Napoleão Tavares Neves, na revista Itaytera nº 30, afirma que talvez o sacerdote tenha sido acometido de uma cardiopatia chagástica. Trata-se de um diagnóstico provável, segundo acentua, já que se trata de uma doença antiga e havia, na época, como hoje, barbeiro na zona rural de Barbalha."(idem p.13)

                Sobre o padre Miguel assim se expressou um dos seus biógrafos: "Foi um sacerdote de vida sem jaça, inteligente, orador fluente e empolgante, cuja palavra arrebatava os ouvintes".

                Foi uma das glórias do clero cearense, considerado o primeiro orador sacro do Ceará. (Jardim: sua história e sua gente, p. 39,40)


Por José Márcio da Silva.

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