Joaquim
Pereira de Alencar e Teodora Rodrigues da Conceição vieram a ser pais de
Bárbara Pereira de Alencar e de Leonel Pereira de Alencar ("seu"
Dão). Bárbara nasceu em 11 de fevereiro de 1760 na fazenda Caiçara. Não se sabe
a data de nascimento de Leonel, mas aparentemente era original de Salamanca,
Barbalha, e possivelmente mais novo que Bárbara. É estranho que Leonel tenha
nascido em Barbalha, já que aparentemente seu pai Joaquim só saiu de Exu para o
Crato quando já era velho. No final do século XVIII alguns dos filhos de
Joaquim Pereira de Alencar deixaram Exu e foram residir no sul do Ceará,
especialmente em Jardim e no Crato (CE).
A
partir de 1790 aconteceu uma grande seca no nordeste, que durou quatro anos,
fazendo milhares de mortos. Considerável número de famílias dos sertões do Rio
São Francisco encaminharam-se em 1792, para as cabeceiras do Riacho dos Porcos
(antiga região indígena) fugindo desta grande seca.
Fundaram
o povoado de Santo Antônio do Jardim (hoje Jardim). Leonel Pereira de Alencar
veio a se casar em primeiro de janeiro de 1801 com sua prima Maria Xavier da
Silva, que era original de Jardim, filha do Capitão João Pereira de Carvalho e
de sua mãe homônima, ambos da Bahia. A mãe Maria Xavier da Silva era filha de
José Pinto Ramalho. João Pereira de Carvalho tinha o apelido de “Baiano”, tendo
sido procedente de Jeremoabo (BA). Instalou-se na fazenda Coitezeira em Jardim,
foragido da polícia baiana, por ter cometido crime de morte. É possível que
João ou sua esposa fossem parentes dos Alencares, mas não é conhecida esta
ligação. É possível que esta ligação esteja em Leonel de Alencar Rego e sua
esposa que aparentemente deu o nome Pereira a seus últimos filhos.
Na realidade, Joaquim Leonel de Alencar deve ter fugido para Exu, Bodocó (PE)
ou redondezas, onde tinha muitos parentes. Por lá deve ter conhecido Maria
Gentil da Costa, descendente da família Granja, que era uma das mais
poderosas famílias da região onde hoje fica Ouricuri, Parnamirim e
Veneza, em Pernambuco. O mais provável é que seu casamento (c1830) com uma
filha da família Granja deve ter propiciado a Joaquim a posse da fazenda Serra
Preta, em Ouricuri. A localidade Serra Negra mencionada pela história da
família como ponto final da fuga de Joaquim Leonel é na verdade a fazenda Serra
Preta, que ele veio a possuir possivelmente após o casamento com Maria Gentil
da Costa.
O povoamento do logradouro Aricuri em terras pertencentes à Fazenda Tamburil
nas encostas da Serra do Araripe se deu no início do século XIX. Região de
clima ameno e abundantes pastagens naturais, o logradouro passou a ser
conhecido por Ouricuri, corruptela de aricuri, que é uma palmeira muito comum
na região. Há quem diga que o nome do município tem origem numa corruptela da
palavra indígena aricori, que significa ‘duas serras próximas’. Realmente,
existem duas serras próximas a Ouricuri, mas a versão mais aceita para a origem
do nome da cidade é a da palmeira aricuri. Os descendentes do padre Francisco
Pedro da Silva costumam dizer que ele foi o fundador de Ouricuri, mas quando
este por lá chegou em 1842 vindo de Sousa, na Paraíba, a vila já estava em
pleno crescimento.
Entretanto, tendo sido ele uma pessoa empreendedora e política, contribuiu muito para o desenvolvimento da vila.
(Retirado
do artigo de José Roberto de Alencar Moreira: História da família Seixas de
Alencar. Brasília, 2000.)
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