terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

PADROEIROS DE JARDIM: BOM JESUS & SANTO ANTÔNIO

 

1871 - PRIMEIRA IMAGEM DE SANTO ANTONIO

 

                "A primeira imagem de Santo Antonio, padroeiro dessa paróquia, foi oferecida pelo cidadão Manoel Luiz de Anchieta Gondin, que a trouxe de Recife, vinda por Aracati, no ano de 1871."( História eclesiástica de Jardim, p.04)




        O Bom Jesus foi o primerio padroeiro de Jardim, instituído já nos anos finais de 1700 e início dos nos de 1800, quando o Padre João Bandeira de Melo construiu a capela onde hoje se localiza a Praça Nossa Senhora das Graças.
        Foi justamente o Bom Jesus que operou milagres na capelinha e atraiu muitos fiéis aumentando assim o número de moradores do pequeno povoado. 

sábado, 23 de janeiro de 2021

D. HERMÍNIA GOUVEIA

1906 - JARDINENSE CUIDA DO PADRE CÍCERO DOENTE

 

                "Merece registro a jardinense Hermínia Marques Gouveia, que, não podendo ter filhos, buscou apoio no Juazeiro, tendo cuidado do Padre Cícero durante uma enfermidade que o acometeu, em 1906, e feito a promessa de construir uma capela para Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Ela morreu após a capela ficar pronta, em 1908, e foi enterrada na nave, provocando a ira das autoridades eclesiásticas, em guerra declarada contra o Juazeiro. A Capela do Socorro abriga também os restos mortais do Padre Cícero, desde 1934, e constitui uma referência para o povo romeiro."(Gilmar de Carvalho, p.14)

 




Por José Márcio da Silva

JOSÉ MARROCOS

 





DR. JUVÊNCIO SANTANA


Dr. Juvêncio Santana

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

A COMARCA DE JUAZEIRO E A POSSE DO JUIZ JOVÊNCIO SANTANA – Por Fausto da Costa Guimarães

 

               Quando em 11 de novembro de 1912 pelo simples pedido do Pe. Cícero ao Dr. Justiniano de Serpa, Presidente do Ceará,  este mandou que a Assembleia restaurasse a Comarca do Juazeiro e assim sucedeu, justamente no dia 11 de novembro de 1922. Nomeado logo após o Dr. Jovêncio Joaquim de Santana para Juiz de Direito, tendo lugar a inauguração da Comarca e posse do primeiro magistrado da Comarca no dia 24 de fevereiro de 1923, no dia de sábado, a uma hora da tarde, tendo no solene ato comparecido a Câmara no lugar de costume, Rua São Pedro, o seu prefeito municipal Pe. Cícero Romão Batista que empossou o referido Juiz de Direito. Presente toda Câmara e mais todas as autoridades estaduais e federais e o Cel. Ernesto Medeiros, comandante do Corpo de Polícia no Crato, representando o Governador do Estado; Cel. Pedro Silvino de Alencar - Prefeito de Araripe; Deputado Estadual Dr. Sebastião Azevedo, de Fortaleza; Vigário da Freguesia, Pe. Manoel Correia de Macedo e grande cortejo da massa popular, inclusive famílias e comerciantes. Declarou o Dr. Juiz de Direito, em palavras repassadas de civismo e patriotismo que estava inaugurada a Comarca e ele, Juiz, empossado.             Tomou a palavra o Revmo. Pe. Cícero, pronunciando um discurso substancioso abrangendo todos os pormenores do ato presente em frases variadas e muito significativas e bem elaboradas. O eminentíssimo chefe e prefeito Padre Cícero Romão Batista que a todos emocionou, não esquecendo de falar do civismo másculo do ex-Presidente Dr. Epitácio Pessoa e, como do atual presidente da República Dr. Artur Bernardes, não esquecendo de falar no amigo ausente Dr. Floro que o enalteceu, sendo saudado por uma grande salva de palmas.                                                                                                       Tocando na ocasião a banda de música Padre Cícero brilhante dobrado e uma grande girândola de foguetes estourou no espaço, estando o edifício da Comarca bem ornado com o devido estilo, bandeira içada, sendo nesta ocasião inaugurados os retratos do Dr. Epitácio Pessoa, Dr. Artur Bernardes - Presidente da República, Dr. Floro Bartolomeu da Costa - Deputado Federal, ausente, nos trabalhos do Congresso Federal. Usando da palavra o orador oficial, jornalista Dr. Leopoldino Costa Andrade, jornalista da Folha no Rio de Janeiro, que muito de boa vontade cooperou para o brilhantismo da festa em todos os seus detalhes, pronunciando discurso escrito, bem elaborado a respeito do solene ato, trazendo a baila o nome do Dr. Epitácio Pessoa, que muito enalteceu suas qualidades de estadista emérito e criterioso, como do Dr. Artur Bernardes, sincero e competente para o cargo que ocupa de Chefe da Nação, atualmente, e como do Prefeito Municipal Pe. Cícero o que de melhor pode dizer, como do povo e progresso da terra, lembrando-se também do amigo ausente Dr. Floro Bartolomeu que em lisonjeiras palavras, bem o disse. E assim, depois de dissertar o seu magistral discurso findou suas últimas palavras debaixo de uma grande salva de palmas.                                                                                           Aí assomou a tribuna o vigário Macedo que dissertou um belo discurso que muito agradou com suas bem elaboradas frases de sacerdote virtuoso e inteligente ao grande auditório que muito o aplaudiu, e assim por diante outros usaram da palavra com brilhantismo compreendendo bem o dever de oradores que falavam no momento, muitas palmas e vivas ecoavam no grande salão do cerimonial. Conservando-se o dia restante em festa seguida pela noite em casa do Dr. Floro Bartolomeu onde o distinto Juiz Dr. Jovêncio Joaquim de Santana se achava hospedado e mais amigos, e presente o Revmo. Pe. Cícero que a todos confortava com a sua presença de justo. Ali postada a banda de música em suas harmoniosas tocatas bem significava o Juazeiro em festa, do maior regozijo de um povo livre e independente. Teve lugar em casa do mesmo Dr. Floro um lauto jantar às 5 horas da tarde do que todos os circunstantes serviram-se, oferecido pelo Revmo. Pe. Cícero Romão Batista. Foram oferecidos exemplares do livro "Sertão a Dentro" pelo autor Dr. Leopoldino Costa Andrade, do Rio de Janeiro. Obra de algum valor para o Juazeiro defendendo o Revmo. Pe. Cícero das acusações injustas que os inimigos gratuitos faziam com o mais descaro, nas conversações pelos jornais do Rio de Janeiro.                      Foi desfeita essa maledicência caluniosa com o "Sertão a Dentro". Parabéns ao Sr. Costa Andrade, jornalista da "Folha" no Rio de Janeiro, jornalista inteligente. Ainda o cerimonial da posse do Juiz de Direito: tirada uma comissão de pessoas da primeira classe, acompanhada da banda de música, saímos da casa da Câmara, fomos ver em casa do Dr. Floro Bartolomeu da Costa o Dr. Juiz de Direito e o Revmo. Pe. Cícero Romão Batista, Prefeito Municipal distinto Dr. Jovêncio de Santana, o Juiz, o primeiro magistrado da Comarca, então acompanhadas as duas autoridades por grande número de amigos e admiradores e a banda de música Pe. Cícero, chegamos ao salão da Câmara, com as honras de estilo foram recebidos Juiz e Prefeito pelo corpo municipal, autoridades locais e muitos cavalheiros e senhoritas, sendo recebidos por grande salva de palmas, sendo oferecida a cadeira de honra ao Revmo. Pe. Cícero, o que recusou-se a princípio, porém, depois aceitou, continuando a leitura da ata da inauguração da Comarca e posse do íntegro Dr. Juiz de Direito, tudo com as formalidades do estilo. Depois lida em altas vozes, foi assinada pelas autoridades competentes que ali se achavam. Depois do ato solene foi servido todo auditório por uma cerveja regularmente distribuída.

         Eis, em resumo, todo conteúdo da inauguração da Comarca e posse do Juiz de Direito, no dia 24 de fevereiro de 1923. Na inauguração da Comarca, na fala que fez a respeito do ato, o Revmo. Pe. Cícero Romão Batista falando sobre o Juazeiro disse com segurança que o Juazeiro continha 56 ruas, com 30 mil habitantes, contendo em todo município 50 mil almas, e assim concluiu seu belo discurso deixando em todo auditório a mais grata impressão.

(Extraído do livro Memórias de um romeiro, Fausto da Costa Guimarães)

BIOGRAFIA DE DR. JUVÊNCIO

                Juvêncio Joaquim de Santana -Bacharel em Direito, Juiz de Direito e Desembargador. Filho do Coronel Antônio Joaquim de Santana (chefe político do município de Missão Velha) e Josefa Maria de Jesus, nasceu no dia 19 de janeiro de 1888, no Sítio Serra dos Matos, município de Missão Velha, Ceará. Bacharelou-se em Ciências Jurídicas e Sociais em 17 de dezembro de 1912, pela Faculdade de Direito da Universidade Federal de Pernambuco. Nomeado aos 13 de janeiro de 1923, Juiz de Direito da Comarca de Juazeiro, da qual afastou-se do cargo, para assumir a Secretaria do Interior e Justiça, no Governo do Dr. José Moreira da Rocha.                                                                                                                     Juvêncio Santana na década de 20 foi professor do Colégio 24 de Abril, de Jardim, Ceará, fundado pelo Dr. Francisco de Lima Botelho, em 1916, tendo funcionado por sete anos. Lecionou Geografia, História e História Natural. Juvêncio Santana casou-se com a jardinense Beatriz Barreto Gondim, filha do casal José Caminha de Anchieta Gondim (de alcunha Coronel Daudeth) e de Maria Barreto Gondim. A cerimônia aconteceu no dia 27 de janeiro de 1916, em Jardim. Não tiveram filhos. Adotaram como filhos, Ancilon Aires de Alencar (Promotor de Justiça, radicado em São Paulo, Capital) e Terezinha Gondim Medeiros, ambos sobrinhos da D. Beatriz. Dr. Juvêncio era amigo incondicional e afilhado de crisma do Padre Cícero. Foi eleito Deputado Estadual em 1928. Por vários anos despendeu esforços pela prosperidade de Juazeiro e pelo benefício de seus habitantes; muito respeitado e estimado por todos, desempenhou sua missão com integridade de caráter.                                                                                 A 1.° de agosto de 1940, o Dr. Juvêncio foi mais uma vez nomeado Juiz de Direito de Juazeiro do Norte, permanecendo no cargo, até o dia 08 de setembro de 1957, quando veio a falecer, em Juazeiro do Norte, e encontra-se sepultado no túmulo da Beata Mocinha, no cemitério do Perpétuo Socorro, da referida cidade. Terminou sua brilhante carreira de Magistrado, ocupando o elevado cargo de Desembargador do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará. Foi o Desembargador Juvêncio Joaquim de Santana, um dos juízes mais cultos do Estado do Ceará. Homem de envergadura moral ilibada, político de bastante prestígio, autoritário, porém de fino trato, enfim, uma das figuras mais importantes da história de Juazeiro do Norte. (Extraído do livro Dados biográficos dos homenageados em logradouros públicos de Juazeiro do Norte, de Raimundo Araújo e Mário Bem Filho)

sexta-feira, 21 de outubro de 2011.

(Fonte: HISTÓRIA DE JUAZEIRO: Outubro 2011 (historiadejuazeiro.blogspot.com) 


Por José Márcio da Silva



quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

WILSON RORIZ

 

1918 - WILSON RORIZ

 


                Nascido no Sítio Cabeça do Negro, em 15 de maio de 1918. Filho de Antonio de Sá Roriz e Júlia Couto Roriz. Fez os estudos primários em sua terra natal, o curso ginasial no Colégio Diocesano de Crato e o científico no Liceu do Ceará. Em 1942 bacharelou-se pela Faculdade de Direito do Ceará. Foi deputado estadual de 1950 a 1962 e deputado federal de 1962 a 1970. Como parlamentar empenhou-se, com êxito, para levar ao Cariri a energia de Paulo Afonso. Apresentou na Câmara Federal projeto de lei para levar ao Jaguaribe as águas do São Francisco. Em sua terra natal trabalhou para a instalação do Ginásio Padre Miguel Coelho e da Unidade Mista de Saúde, que hoje tem o seu nome. (Assim como a avenida principal de Jardim). Residia em Fortaleza, mas faleceu em sua terra natal, quando para ali fora tratar de negócios. (Jardim: sua história e sua gente, p.142)

Abaixo seguem informações coletadas na Câmara Federal.



  • Data de falecimento: 20/05/1974
  • Profissões: Advogado

Mandatos (na Câmara dos Deputados):

Deputado(a) Federal - 1963-1967, CE, PSD, Dt. Posse: 02/02/1963; Deputado(a) Federal - 1967-1971, CE, ARENA, Dt. Posse: 24/05/1967.

Licenças:

Licenciou-se do mandato de Deputado Federal, na Legislatura 1963-1967, para tratamento de saúde, no período de 15 a 31 de julho de 1963, de 20 de agosto a 8 de setembro de 1963.

Suplências e Efetivações:

Assumiu, como Suplente, o mandato de Deputado Federal para a Legislatura 1967-1971, em 17 de março de 1967, sendo efetivado em 24 de maio de 1967, na vaga do Dep. Walter Bezerra de Sá.

Mandatos Externos:

Deputado(a) Estadual , Partido: PSD, Período: 1950 a 1955; Deputado(a) Estadual , Partido: PSD, Período: 1959 a 1963.

Atividades Profissionais e Cargos Públicos:

Secretário, Secretaria de Assuntos Extraordinários do Ceará, 1971-1974..

Estudos e Cursos Diversos:

Liceu do Ceará; Direito, Faculdade de Direito do Ceará, 1942..

Biografia do(a) Deputado(a) Federal WILSON RORIZ - Portal da Câmara dos Deputados (camara.leg.br)

Por José Márcio da Silva.

JOSÉ RANGEL - ESCULTOR

 



1898 - JOSÉ RANGEL

                               

                José Rangel, o escultor da estátua de Nossa Senhora das Graças, é também autor de obras importantes no Rio de Janeiro, Fortaleza e outros lugares.

                Dia 28 de maio, terça-feira, lua crescente, dedicado a São Germano e Santo Emílio, nascia à Rua da Baixa ( hoje Coronel Rocha), em Jardim, José Rangel Sobrinho.

                Filho do alfaiate Cirilo Leite Rangel e da dona-de-casa Maria Bringel (Maroca).

                Conforme entrevista dada a Otacílio Anselmo, ele afirmara ter nascido a 8 de maio de 1898, contrariando as informações da família, de J. de Figueiredo Filho e de Maria de Alacoque de Lima Pereira, que insistem no dia 28  de maio de 1895. ( Rangel escultor: o artista que veio de Jardim, p. 19).

                Rangel é o escultor da estátua de Nossa Senhora das Graças, em frente à igreja matriz. José Rangel assim escolhera a posição da estátua, com a cabeça reclinada levemente para a casa de sua mãe.

                Por ter feito um Judas à imagem e semelhança do avô paterno (influência da Festa dos Caretas ?), José Rangel teria sido mandado, pela primeira vez, para Fortaleza, não sem antes levar uma surra, e morou um ano na casa de um tio na capital.

                Findo o castigo, voltou a Jardim, onde não teria muito mais o que fazer e, seguindo os passos do irmão Genésio, foi mandado de volta à capital cearense, aos (12) doze anos de idade. (p.27)

                Em Fortaleza, José Rangel retomou os estudos e passou a ser aprendiz de torneiro na Estrada de Ferro de Baturité, tendo se destacado pelo fato de fazer suas próprias ferramentas de trabalho.

                Teria embarcado com as tropas de Franco Rabelo, líder do movimento que derrubou a oligarquia Acioly, para o Cariri. Tomou parte no ataque a Juazeiro, lutou no Crato, passou por Barbalha e chegou ao Iguatu. Integrou-se às tropas de J. da Penha e foi atingido na perna por uma bala, na noite chuvosa de 22 de janeiro de 1914. A bala ainda estaria alojada em sua perna em 1953.

                Fugiu para o Amazonas ( essa fuga pode ter a ver com a seca de 1915, das mais fortes que assolaram o Ceará, abandonou as muletas em Belém e chegou ao Acre. Trabalhou como seringueiro. Retornou ao Ceará em 1817. (p.29)

                Fazia caricaturas nos bares e esculturas de areia na Praia do Peixe. (p.30)

                Sua ida para o Rio de Janeiro se deu em 1922 ou 1923. Foi aprovado em sexto lugar (doze aprovados, de noventa e seis inscritos) no concurso para admissão à Escola de Belas Artes.(p. 32)          

                Matriculado na Escola de Belas Artes, participou ativamente da vida do Rio de Janeiro. Deve-se creditar à sua competência a premiação na Exposição Geral com a escultura em bronze como reverência aos 'Dezoito do Forte', intitulada de 'A Epopéia do Sacrifício', homenageando o grupo de tenentes que se rebelou, em 5 de julho de 1922, antecipando a Revolução de 1930."(idem, p.47)

                José Rangel teria esculpido, na areia de Copacabana, as figuras do Rei Alberto e da Rainha Elisabeth, da Bélgica, que visitou o Brasil, para as festas do Centenário da Independência, tendo recebido das mãos do próprio monarca uma medalha de ouro.

                Teria também modelado um D. Pedro II, na areia colocada na Praça Saens Peña, ma Tijuca, Rio de Janeiro, quando do centenário de nascimento do Imperador, em outubro de 1925. (p.34)

                Ainda para o Rio de Janeiro, José Rangel esculpiu a peça "Ad Glorium", em homenagem a Santos Dumont, a qual teria sido colocada, segundo alguns, na porta do Galeão, Base Aérea na Ilha do Governador, transformada em aeroporto internacional.

                Também deixou sua marca em Belo Horizonte, com o monumento a Olegário Maciel, único presidente de Estado a ser mantido no poder depois da Revolução de 30. (p.50)

                Diz-se que José Rangel era muito reservado, não gostava de falar de si e não deixou escritos. Todos evidenciavam seu desapego ao dinheiro e pouca atenção dada a recortes de jornais ou registros de suas obras. (p.65)

                O home maduro, aos 53 anos, quis interferir e deixar uma obra na praça principal da cidade.

                Segundo relatos dos mais idosos, como Luiz Ferreira Gorgônio, ele teria feito uma promessa a Nossa Senhora das Graças e, alcançado o pedido, modelou a santa em cimento cru, fincada em frente à Igreja Matriz. (p.71)

                Morreu em 11 de janeiro de 1969. No entanto há fontes que indicam o dia 11 de novembro de 1969. (Gilmar de Carvalho IN Rangel escultor, o artista que veio de Jardim)


Por José Márcio da Silva.


PADRE MIGUEL COELHO

 

1896 - PADRE MIGUEL COELHO EM JARDIM

 

                O Padre Miguel Coelho de Sá Barreto, de tradicional família caririense, nasceu em Barbalha, no dia 8 de maio de 1870. Foram seus pais o capitão Luíz Carlos Sampaio e dona Gertrudes P. de Sá Barreto.

                Concluiu os estudos eclesiásticos em Fortaleza, onde se ordenou pelo Seminário da Prainha em 30 de novembro de 1892, com 23 anos de idade incompletos.

                 Após a ordenação, exerceu o magistério no Seminário de Crato, até sua ida para a paróquia de Jardim, nomeado que fora em 7 de abril de 1896. A posse deu-se em 5 de maio do mesmo ano.

                Durante sua permanência em Jardim, que durou 9 anos, o padre Miguel conquistou os corações dos jardinenses, que ainda o amam como se filho da terra fosse.

                Inteligente, culto e empreendedor, o jovem levita não se ateve apenas à prática dos atos inerentes ao sacerdócio. Foi mais além e fundou um colégio onde, por alguns anos, os jovens da época receberam sadios ensinamentos.

                Muitos benefícios prestou o padre Miguel ao povo de Jardim, tanto no campo espiritual quanto material. Mas quis a Divina Providência que ele partisse para atender ao chamado do Pai. No dia 9 de fevereiro de 1908, deixava a cidade, já doente, para a localidade Fazenda Brás, onde faleceu às 2 horas da tarde do dia 15 de abril do mesmo ano. Seu corpo foi conduzido dali para a capela do Riacho do Meio, município de Barbalha, onde foi sepultado. Ao seu sepultamento compareceu uma caravana de jardinenses composta pelas seguintes pessoas: Tenente-Coronel José Caminha de Anchieta Gondim, Júlio Lóssio, Augusto Gouveia, José de Sá Barreto, Alfredo Rocha, José Morais, Alencar Filho, Antônio Barreto, Manoel Jorge, João Landim, João Barreto, Vitorino Barreto Couto de Alencar e João Sabino.

                Segundo consta, morreu vitimado por lesão cardíaca, mas para os jardineses que o consideram santo, morreu para não violar os votos de castidade. Ainda existem muitos parentes seus residindo em Jardim. Sua morte aos 39 anos, foi muito sentida.

                O Dr. Napoleão Tavares Neves, na revista Itaytera nº 30, afirma que talvez o sacerdote tenha sido acometido de uma cardiopatia chagástica. Trata-se de um diagnóstico provável, segundo acentua, já que se trata de uma doença antiga e havia, na época, como hoje, barbeiro na zona rural de Barbalha."(idem p.13)

                Sobre o padre Miguel assim se expressou um dos seus biógrafos: "Foi um sacerdote de vida sem jaça, inteligente, orador fluente e empolgante, cuja palavra arrebatava os ouvintes".

                Foi uma das glórias do clero cearense, considerado o primeiro orador sacro do Ceará. (Jardim: sua história e sua gente, p. 39,40)


Por José Márcio da Silva.

FLORES - PAJEÚ - PERNAMBUCO

 


     (Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, concluída em 1801 - ozildoroseliafazendohistoriahotmail.blogspot.com



                Foi de Flores, no Pajeú, que saiu o padre João Bandeira de Melo, em 1792. É de Flores, Teodora, a mãe de Bárbara Pereira de Alencar e de Leonel Pereira de Alencar, o mesmo que foi morto aqui em Jardim, em 1824, e tem uma rua com seu nome.

                Sobre Flores e a mãe de Teodora, Juarez Aires de Alencar nos diz: "Aquém do São Francisco, nos sertões do grande cacique Pajeú, manda Ana Rosa, a grande senhora da Fazenda Carnaúba, cujos campos não tem limites, a não ser para as bandas do grande rio. Os seus vaqueiros correm todos os campos porque são aliados de todos os caboclos, com quem apostam corridas desabaladas nas várzeas largas, onde se levanta sempre um curral para o ajuntamento do gado tresmalhado. José Arnaud além da chapada, Ana Rosa (D. Antonia Pereira Rosa) aquém da mesma, são os únicos senhores brancos que estendem o seu domínio sobre as Caatingas. Araripe nos campos do rio Açu, e Pajeú, no rio que tem o seu nome, são os dois grandes tuxauas que dividem, com braço forte, o mando sobre os povos bronzeados das Caatingas. (Dona Bárbara do Crato,p.17)

 

Por José Márcio da Silva 

SIMBOLOS DE JARDIM

 HINO

Hino do Município de Jardim

 

Andarás com teu passado
Cuja lembrança inebria
E por teus filhos amado
Crescerás em cada dia

Como joia na serra incrustada
Entre as fontes clarões refletindo
Ó jardim lindo seio de fada
Viverás entra as flores sorrindo

Teu verde solo encantado
De luz, de som, de alegria
Sempre será o campo honrado
Do trabalho e da harmonia

Como joia na serra incrustada
Entre as fontes clarões refletindo
Ó jardim lindo seio de fada
Viverás entre as flores sorrindo

Como a maior ufania
Deste teu seio perfumado
Lutaremos cada dia
Pela glória do passado

 

 (Fonte: Prefeitura Municipal de Jardim)


BANDEIRA



BRASÃO




quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

JOAQUIM ALVES DE OLIVEIRA

JOQUIM ALVES

Espaço da Praça Joaquim Alves antes da construção.
Praça Joaquim Alves em 1984. A conhecida Praça dos Correios.

                Primeiro que tudo, é bom que se saiba, que Jardim teve 2(dois) Joaquim Alves de importância para a história do município. Tivemos Joaquim Alves da Rocha, mais conhecido por Coronel Rocha, elevou Jardim à categoria de cidade. E Joaquim Alves de Oliveira.

               Joaquim Alves de Oliveira nasceu em Jardim (CE) em 10 de feve­reiro de 1894 e morreu em Fortaleza (CE) aos 8 de junho de 1952.

                Filho de Miguel Alves Tinín de Oliveira e de Maria Magalhães de Oliveira.

                Formado em Odontologia pela Faculdade de Farmácia e Odontologia do Ceará (1920).

Andou praticando clínica odontológica nos sertões cearenses, mas voltou para Fortaleza, dedicando-se ao magistério público e particular; foi catedrático do Instituto de Educação Justiniano de Serpa e da Faculdade de Ciências Econômicas do Ceará, sendo ainda Inspetor

Regional do Ensino. Ingressou na Academia Cearense de Letras em 15 de agosto de 1951;

Também, no Instituto do Ceará (Histórico, Geográfico e Antro­pológico), com posse em 6  de janeiro de 1943.  Um dos criadores do Grupo Clã.

                Dos seus escritos, dois textos evidenciam o escritor naturalista:

• ALVES, J. O Vale do Cariri. Rev. Inst. Ceará, Fortaleza, t. 59, p.94 - 133· 1945·

• __  . Historia das Secas (Séculos XVI/ a XIX). Mossoró: Fund. Guimarães Duque, 1953. 243 p. (/Coleção Mossoroense ). ; 2. ed., 1982

Fonte: Os naturalistas da Academia Cearense de Letras Autor: Melquíades  Pinto Paiva  (Professor titular (aposentado) da Universidade Federal do Ceará. Sóciocorrespondente da Academia Cearense de Letras. )

http://www.academiacearensedeletras.org.br/revista/revistas/2009/ACL_2009_13_Os_Naturalistas_da_Academia_Cearense_de_Letras_Melquiades_Pinto_de_Paiva.pdf

                Quando de sua morte em 1952, a revista do Instituto do Ceará publicou um artigo intitulado A morte de Joaquim Alves, autoria de Florival Seraine:

                " Joaquim Alves era o rebento do Cariri, o homem da Praça do Ferreira, o cearense, o filho deste Nordeste tormentoso e bravo. Tudo isso com espontaneidade, medular e superiormente traduzido.

                 A sua vida era plena, elevada de natural sinceridade (...) Os valores éticos transpareciam na dignidade e na pureza do seu viver; os seus atos eram claros e imbuídos de franqueza (...) Era homem de tendências sociais, amante das conversações urbanas, dos ruidosos e animados colóquios citadinos.

                 Procedia Joaquim Alves de conhecidas famílias do sul do Estado - Alves de Matos e Rocha, pelo ramo do seu genitor; Magalhães Lacerda e Furtado pela ascendência materna. Consorciara-se a primeira vez com D. Josefa Batista de Oliveira elemento de abastada e digna estirpe cearense, e em segundas núpcias com D. Milza Xavier de Oliveira.

                Seu filho, Dr. Elisio Alves, engenheiro civil pela Escola Nacional de Engenharia, pertence ao corpo técnico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística; sua filha Sta. Maria Helena Xavier Alves é dedicada acadêmica de Medicina no Rio de Janeiro - Fernando Roberto Xavier Alves, cursa o 2º ano do Colégio Castelo, nesta capital(1952).

                Compõe a bibliografia do nosso ex-companheiro de lides culturais as seguintes obras:

*Nas fronteiras do Nordeste, de 1929;

*Estudos de Pedagogia Regional , de 1939;

*Autores Cearenses, de 1949;

*História das secas no Ceará (obra póstuma);

                Divulgou vários artigos de cunho científico:

*O Ceará e suas regiões naturais. Na Revista da Sociedade Cearense de Geografia e História, números 1,2 e 4;

*Aspectos antropogeográficos do cangaceirirsmo. Na revista acima citada, números 1 e 3;

*Introdução às ciências geográficas. Na Revista do Professor, de São Paulo, n 15;

*As migrações do São Francisco para o Vale do Cariri. No Jornal do Comércio, do Rio de Janeiro, de 21 de outubro de 1934;

*Clima e alimentação do Nordeste. No Jornal do Comércio de Recife, edição de 2 de maio de 1937;

*Alimentação das populações rurais. Em O Povo, de Fortaleza, ns 14 e 15 de janeiro de 1935;

*Afrologia brasileira. Na Revista da Sociedade Cearense de Geografia e História, em 1939;

*Clima cearense. Idem;

*Evolução social dos sertões. Em O Ceará, de Fortaleza;

*Ensino profissional rural. Na Revista do Professor, de São Paulo, n 16, de 1936;

*Juazeiro cidade mística. Na Revista do Instituto do Ceará, volume de 1948;

*O Vale do Cariri. Apresentado ao X Congresso Brasileiro de Geografia, do Rio de Janeiro, aprovado e mandado publicar nos Anais desse conclave, saída a lume em 1946, na Revista do Instituto do Ceará.

                A Antropologia e a Pedagogia foram, destarte, as ciências que concentraram as atenções de Joaquim Alves, embora certa preocupação sociológica transparecesse em inúmeros passos da sua obra.

                A começar pelo seu livro de estreia - "Nas fronteiras do Nordeste", que a crítica recebeu de modo assaz lisonjeiro e de logo o consagrou figura meritória das letras regionais, até alcançar seu último trabalho editado "Juazeiro cidade mística", faz referência a determinados fenômenos sociais, ao abordar temas de nossa realidade cultural.

                Destaca-se mormente nas apreciações de livros históricos, geográficos ou etnográficos, e procura encarar, não raro, as produções focalizadas do ângulo de uma compreensão sociológica da obra de arte.

                Na posição de crítico, jamais revelou atitudes de irreverente censor das produções alheias, preocupado em acentuar deficiências, incapaz de discernir qualidades no autor analisado.

                Ao contrário, sua crítica literária parece-nos executada com o objetivo secreto de difundir a produção dos seus conterrâneos: seria outra obra de altruísmo, de pura fraternidade, saída da sua pena de escritor. Pois - e aqui indicamos novo aspecto da personalidade de Joaquim Alves - desde a sua juventude, em 1919, quando elabora os seus primeiros artigos para a imprensa, e funda com outros espíritos emancipados o Partido Socialista Cearense, desde as suas primícias literárias foi um preocupado com a "questão social", conservando pela vida em fora o seu interesse pelos problemas coletivos.

            Joaquim Alves nunca se esmerou em façanhas extraordinárias, nem buscou posar para a posteridade.

                A sua grandeza decorria principalmente da unidade orgânica, a coerência entre a sua obra e a sua vida.

                Entre as ideias que propalava e lhe cabia realizar, como intelectual e mestre da juventude, e a sua conduta na órbita social: a ética veraz da sua existência.

                Nesta homenagem que o Instituto do Ceará, através de nossas pálidas expressões, rende à memória do nosso falecido consócio, procura-se, além de demonstrar a dor que nos atingiu pelo seu passamento e a consciência da vultosa perda humana que o Ceará recentemente sofreu (1952), apontar às novas gerações o exemplo de uma vida autêntica a admirar e a seguir."

(Florival Seraine. Revista do Instituto do Ceará, 1952. Págs: 30, 31, 32, 33, 34 e 35.)

                A academia Cearense de Letras, quando de seu falecimento também publicou:

                No dia 8 de Junho de 1952 faleceu nesta capital o ilustre escritor cearense Joaquim Alves, membro efetivo da Academia Cearense de Letras e do Instituto do Ceará. Foi uma figura de autêntico merecimento que nos círculos literários de Fortaleza granjeou justa notoriedade, pela realização de uma obra importante que firmará seu nome entre as mais belas expressões mentais de nossa terra. Lançando-se a assuntos de grande monta e responsabilidade no campo dos fenômenos sociais, econômicos e educacionais, conseguiu deixar uma notável bagagem literária como se pode ver dos seus livros: "Nas Fronteiras do Nordeste" (1929); Estudos de Pedagogia Regional (1939); "O Vale do Cariri" (1948); "Juazeiro, cidade mística" (1949); "Autores Cearenses" (1949); "Ceará e suas Regiões Naturais" e "História das Secas", a publicar. Além disso, farta e variada colaboração permanente se acha em jornais e revistas, que dará outros tantos volumes interessantes.                                               

                Na maior simplicidade e modéstia, sem a vaidade dos que fazem do saber um monopólio, exerceu Joaquim Alves o melhor de sua atividade mental evitando alarde em torno de sua pessoa, com a nobre compreensão ela dignidade do seu destino entre os seus semelhantes.

                Assim foi que, apesar da diferença ele mais de vinte anos, tomou parte saliente entre os rapazes de "Clã" e da ABDE ", confundindo-se com eles, no esforço comum desse movimento da mocidade cearense em prol do engrandecimento das nossas letras. E no cooperar com esse grupo, debatia as questões suscitadas com vivacidade de ânimo como se fosse o mais jovem de todos. Daí porque a sua morte causou profunda consternação entre os seus companheiros e a revista "Clã" dedicou-lhe páginas de tocante homenagem.

                No "Instituto do Ceará" ou na "Academia Cearense de Letras", foi, também, um dos elementos mais profícuos e brilhantes. Com todas as iniciativas ou deliberações compartilhava, assiduamente, com aquele entusiasmo e alegria que eram as características principais do seu sadio espírito sempre disposto ao trabalho e aos cometimentos altruísticos. Sua morte deixou um vazio difícil de preencher. Grande foi a tristeza da perda do magnífico companheiro, que continuará a viver na saudade de todos nós. (fonte: Revista da Academia Cearense de Letras, Sessão Os Nossos Mortos,  1953, pág 190)

Por José Márcio da Silva

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