1. ESCOLA GOVERNADOR ADAUTO BEZERRA
"A criação da Escola
deu-se por força do Decreto nº 11.770, de 4 de março de 1976, e com a
denominação de Escola de 1º Grau, ministrava ensino até a 8ª série. Em 15 de janeiro de 1985, o decreto
17.035, alterando o decreto anterior modificou as estruturas da escola, passando
a denominar-se Escola de 1º e 2º Graus, e a ministrar também ensino de 2º
grau." (Jardim: sua história e sua gente, p. 64)
"A Escola de 1º Grau Dr.
Romão Sampaio teve como embrião as Escolas Reunidas de Jardim, fundadas em 1930
e depois denominadas Grupo Escolar de Jardim. Em 1970 na gestão do Prefeito
Municipal Clodoaldo Xavier Sampaio, foi construída uma unidade escolar na rua
José Marrocos, para onde fora transferido o Grupo Escolar de Jardim, porém com
a denominação de Grupo Escolar Dr. Romão Sampaio. (Jardim: sua história e sua
gente, p.63,64)
3. CENTRO EDUCACIONAL PADRE ALDEMIR
(Centro Educacional Padre Aldemir. Foto cedida por Iracema Alves de Figueiredo) "Em 1960 realiza-se o tão
sonhado desejo do deputado Wilson Roriz, de conseguir com as autoridades do
Estado um ginásio (...) para sua terra. (...). O Dr. Manuel Bonfim Peixoto, foi
convidado (...) a assumir a direção daquela primeira casa de instrução secundária (...). Na mesma ocasião,
foi discutido o nome que seria dado ao novo Ginásio, (sendo escolhido o do)
Padre Miguel Coelho.(...) Como o prédio onde deveria funcionar o Ginásio ainda
se encontrava em construção, as aulas deveriam iniciar-se na sede do Grupo
Escolar de Jardim. O calendário marcava 07 de março de 1960. Uma forte chuva
caía sobre a cidade naquela manhã inesquecível, quando se via pela primeira vez
grupos de alunos se dirigirem para assistir à aulas num Ginásio. (...) A
matrícula inicial do Ginásio Padre Miguel Coelho foi inicialmente esta: 36
alunos na 1ª série e 11 alunos na 2ª série.
(Jardim: sua história e sua gente, p.59,60,61)
O Dr. Bonfim inesperadamente fora transferido para
outra cidade. "O Dr. Wilson Roriz (ofereceu) a direção do Ginásio à
Congregação das Filhas de Santa Tereza de Jesus, (...) de Crato. Por esta
época, a Superiora Geral era a Madre Tereza Machado, que depois de ouvi-lo,
prometeu atender apontando-lhe duas grandes razões: Jardim era a cidade natal
da fundadora de sua Congregação, Madre Ana Couto, e aquele pedido estava sendo
feito por um sobrinho desta.
Em 25 de março de 1969, recebe o nome de Escola
Normal Padre Ademir. E em 1977, passa a se chamar Centro Educacional Padre
Aldemir.
4. ESCOLA SENADOR CARLOS JEREISSATI
5. CRECHE CLODOALDO XAVIER
6. CRECHE TIO MICKEY
7. SALÃO PAROQUIAL
(Salão Paroquial. Foto cedida por Iracema Alves de Figueiredo)8. ESCOLINHA RECANTO FELIZ
9. ESCOLAS REUNIDAS ANA LÍGIA AYRES DE ALENCAR
(Prédio onde teria funcionado as Escolas Reunidas.) "Em 1930 chegou a Jardim
a professora Ana Lígia Aires de Alencar, filha da terra - diplomada pelo
Colégio das Dorotéias de Fortaleza. Culta, inteligente, treinada na mais modernas
técnicas de ensino da época, a jovem e idealista professora iniciava suas
atividades docentes numa exígua sala, cujo mobiliário era formado por uma mesa,
dois bancos e alguns tamboretes trazidos pelos próprios alunos. Dias depois o
então Secretário de Educação do Estado, Professor Moreira de Sousa, criava as
Escolas Reunidas de Jardim e nomeava sua primeira diretora a professora Lígia
Aires, fundadora de referida escola. A recém criada escola só ministrava ensino
primário até a 3ª série e, em virtude de sua reduzida matrícula, muitas
crianças de Jardim deixaram de frequentar a escola pública."(Jardim: sua
história e sua gente, p. 66)
"Em 1947, as Escolas Reunidas de Jardim foram
elevadas à categoria de Grupo Escolar de Jardim por ato do Governador Faustino
de Albuquerque, em 30 de setembro. A partir daí, a meninada de Jardim passou a
ter ensino de bom nível, até a 5ª série, ministrado por competentes e dedicadas
professoras: Beatriz Neves, Lígia Aires, Vandira Roriz, Djanir Luz Gondin,
Maria de Lourdes Filgueiras, Pedrina Filgueiras e Luisita Coutinho, tendo como
diretora Maria Castriciana Couto. (idem ,p.66)
Abaixo segue texto de autoria da própria Lígia
Alencar:
MINHA VIDA DE PROFESSORA
Lígia Alencar
Lecionei durante 37 anos em minha cidade natal -
Jardim-CE.
Primeiro de março de 1930 - meu primeiro dia de aula.
Vinha de um colégio ótimo, o das Dorotéias, o qual me preparara bem para
ensinar em todo o curso primário, isto é, da 1ª à 5ª série, quando os alunos
faziam o exame de admissão ao ginásio. Conhecia todas as noções de Pedagogia e
Didática daquela época, e trazia meus sonhos e fantasias de ter uma boa escola,
onde as crianças aprendessem pela técnica mais avançada. Porém meus sonhos
foram por terra. Recebera convite para lecionar em Crato ou Larvas(da
Mangabeira), mas dei preferência a minha terra que, naquele tempo, se ressentia da falta de
professores. O Jardim de então não dispunha de um prédio escolar e muito menos
de mobiliário e material didático. Deram-me, pois, uma sala exígua, que mal
comportava uma mesa comprida, 2 bancos e
alguns tamboretes trazidos pelos alunos. Ainda assim, não desanimei . Tinha vocação
e esta me ajudou em todas as dificuldades que tive de enfrentar no início de
minha carreira.
Que fiz eu? Fui examinar as 30 crianças que se
apresentaram à matrícula. Pela leitura e operações aritméticas dividi os alunos
em duas séries: 1ª e 3ª. A seguir, indiquei o livro de autoria de Erasmo Braga
para a leitura da 3ª, enquanto adotei uma leitura intermediária para a 1ª, pois
os alunos quase não liam. Não havia quadro negro, pelo que ditei para a 3ª um
exercício ligeiro, de linguagem para ser feito em casa. Quanto à 1ª limitei-me
a escrever em seus cadernos as duas operações em duas parcelas. E assim encerrei o primeiro dia de aula. Mais
fiquei a olhar as paredes nuas de minha sala e pus-me a formar projetos para o
futuro. Ainda lecionei 6 dias no mesmo local. Comecei a fazer ditados,
bilhetes, pequenos testes. À hora em que a 3ª série escrevia, os alunos desta
ocupavam os bancos, ao redor da mesa, enquanto a 1ª preparava as lições. Nem
mapas, nem quadros de linguagem, nem de aritmética. Então eu tive que recorrer à velha tabuada, propondo-a em
ligeiros cálculos. E assim foi durante os 6 dias que se seguiram.
Uma semana depois, chegava o diário oficial com o
decreto reunindo as três cadeiras existentes e eu fora nomeada diretora das
Escolas Reunidas de Jardim. Aceitei o cargo com certa relutância, pois não é de
meu caráter mandar. Preferia responsabilizar-me por minha classe e obedecer às
ordens de outro colega. Afinal, fiquei ensinando e dirigindo ao mesmo tempo, o
que fiz durante 7 anos.
O Sr. Prefeito José Caminha de Anchieta Gondim,
alugou um prédio mais confortável. Arranjei um quadro negro e passei a expor
por meio de ofícios, semanalmente, ao Secretário de Educação, a falta de
mobiliário e material necessário. O Secretário de então, o ilustre professor
Moreira de Sousa, atendeu a meus pedidos. Começaram a chegar as primeiras
carteiras, alguns mapas e quadros.
Em 1931, as Escolas Reunidas de Jardim, contavam com
4 professoras e passaram a funcionar no prédio, hoje sala das audiências. Ali
permaneceram até 1947, quando foi inaugurado o primeiro prédio do Grupo
Escolar.
Durante a minha gestão como diretora das Escolas
Reunidas dei-me muito bem com minhas colegas, distinguindo Maria Augusta Couto
Gouveia, que foi meu braço direito, dirigindo
as festividades escolares que
fazíamos nos grandes da Pátria. Além das dramatizações, às
sextas-feiras, dávamos aula de religião e de recitativos e, aos sábados, de
trabalhos manuais.
Tive alunos insubordinados, porém, com jeito
conseguia levá-los e nunca expulsei um durante o longo período de 37 anos.
Sempre procurei que aprendessem, sendo minha norma repetir a matéria quando não
entendiam bem. Cultivava a linguagem escrita, fazendo todos os dias ditados ou
bilhetes, cartas, descrições de quadros, etc. Também me esforçava na
matemática, corrigindo no quadro os exercícios de casa, para o que chamava
alunos a fazê-los. Praticava a análise morfológica e sintática, o que
facilitava o exame de admissão ao ginásio.
Em nosso grupo, as professoras acompanhavam a classe
da 1ª a 5ª série. Isto tinha a vantagem da mestra continuar o ensino do ano
anterior com mais eficiência.
Desde cedo manifestei vocação para o magistério.
Antes mesmo de estudar no colégio, já ensinava aos irmãozinhos e parentes as
primeiras letras, lá em nossa casa. E na minha classe me sentia feliz
transmitindo o saber. Quantos brasileiros cheguei a alfabetizar! Era um prazer
para mim ficar em meio da criançada, dando preferência aos pequeninos. Como
tenho saudades de minhas aulas! Como tenho saudades de nossos recreios, de
nossas festas! Nos dias de marcha, como na parada de 7 de setembro, eu
comandava sempre os pequenos, que me davam muito trabalho, mas me faziam rir,
quando erravam o passo. Tudo era muito divertido e alegre. Foi um tempo feliz. Só
não gostava das provas dos exames de fim de ano porque tinha de contar os
erros, avaliar a matéria e reprovar
alguns. Por último, já adotava os testes nos Estudos Sociais, mas a prova de
Português dava muito o que pensar. Porém, tudo terminava bem, e tenho o prazer
de confessar que os alunos aproveitavam meus reforços e todos saíram do curso
primário com base para a vida prática. Hoje, no declínio dos anos, me resta a
consciência do dever comprido. É o que tenho a dizer do meu tempo de
professora, a quadra mais alegre de minha existência. (Jardim: sua história e
sua gente)
10. GRUPO ESCOLAR CÔNEGO PENAFORTE
Nasceu, em Jardim, o cônego Raimundo Ulisses Penafort. Foram seus pais Manuel Francisco Cavalcante de Albuquerque Melo e dona Generosa Cândida Brasil de Albuquerque Penafort. Ordenou-se em 2 de maio de 1880 no seminário do Carmo, em Belém do Pará, sob o episcopado de D. Antônio de Macedo Costa. Colaborou em jornais do Ceará e do Pará, escreveu várias obras de cunho religioso e histórico que lhe abriram as portas de muitas associações literárias e científicas. (Efemérides do Cariri, p.140)
O Cônego Penafort, como era mais conhecido, estudou
no Seminário de Crato, tendo-se ordenado Padre em Belém do Pará, no dia 2 de
maio de 1880, pelo então Bispo do Pará, D. Antônio de Almeida Costa. Em 1892
foi feito Cônego. Exerceu o vicariato de 1902 a 1909. Em 25 de abril de 1921,
aos 65 anos de idade, encontrou a morte no Leprosário Paraense de Tucunduba. Antes
de morrer, sofrera sérias perseguições por parte de políticos da época, a ponto
de ser banido de Vigia em uma piroga com três remadores. Foi homem de
invejáveis dotes intelectuais, um dos maiores etnólogos brasileiros, além de
grande orador. Jornalista destemido e escritor de escol, colaborou com inúmeras
associações e institutos culturais, não só do Brasil como do exterior. Foi
membro correspondente da Academia Cearense de Letras, de cuja entidade é
patrono da cadeira 32, membro cooperador de 'La Union Católica del Peru', da
'Academia Poliglota da Itália' e da 'Societé Asiatique de Paris'. Em vida foi
amigo dos pobres e das crianças, o que demonstra quão puras e desinteressadas
eram suas intenções. (Jardim: sua história e sua gente p. 132)
Autor de trabalhos notáveis que o tornaram conhecido
em toda a América Latina e em alguns países da Europa, o Cônego Penafort se
destacou como pesquisador das nossas origens e suas teorias ainda hoje são
estudadas pelos historiadores.
Foi sócio correspondente da Union Des As. de La
Presce Ibero Ameriquaino, membro cooperador da Arcádia Romana na Itália, da
Soité Asiatique des Langues Orientales Vivantes, de Paris. Todas essas associações
culturais euro-americanas recebiam constantemente trabalhos do Cônego Penafort,
que nesta época, 1890, morava em Belém do Pará, onde se ordenou e exerceu
sacerdócio.
Este foi um dos maiores escritores nordestinos, cuja
contribuição para os fundamentos da origem dos povos primitivos que habitavam a
América Latina ainda hoje discutido. Deixou para a posteridade trabalhos de
grande valor, como: Brasil Pré-Histórico, Filologia Comparada, Estudo sobre a
Poligenésia da língua Tupi, Esplendores do Culto Mariano e O Novo Imortal.
(Jardim: sua história e sua gente p.190)
O Cônego Brito, 2º sucessor do Cônego Penafort, em
hierarquia, escreveu a respeito do grande sacerdote jardinense: "Foi homem
de Deus, das letras e das dores, tal qual outro Cristo". (Jardim: sua
história e sua gente, p.132)
11. EDUCANDÁRIO PROFESSOR LIMA BOTELHO
12. COLÉGIO 24 DE ABRIL
(Colégio 24 de Abril. Estava localizado abaixo da Praça Nossa Senhora das Graças)(Local atual onde teria funcionado o Colégio 24 de Abril)
Transcorria o ano de
1916, quando chegou a Jardim um novo Juiz de Direito - o Dr. Francisco de Lima
Botelho, que, sentindo a falta de uma casa de
educação para forjar os espíritos jovens, funda num prédio vizinho à sua
residência, na Beira do Rio, o Colégio 24 de Abril. (...) As ruas de Jardim se
embelezaram com jovens vindos de Porteiras, Barbalha, Crato, Juazeiro, Brejo
Santo, Macapá (Jati), Mauriti, Acopiara e Exú no Estado de Pernambuco, que para
ali foram em busca de conhecimentos que eram ministrados em nível elevado por
mestres de comprovada competência. Em 1923, o colégio do Dr. Botelho, como era
conhecido, cerrou suas portas, e Jardim viu passar o período áureo de sua
história.
Sobre o Colégio 24 de Abril, o Dr. Napoleão Tavares
Neves diz: "O Dr. Lima Botelho era um notável educador na verdadeira
acepção do termo. Seu estabelecimento era polivalente e usava métodos muito
objetivos, ensinando na prática inclusive música instrumental, oratória,
declamação, civismo e muita coisa mais. (...) E mostrando o seu pioneirismo, o
Colégio 24 de Abril, de Jardim, mantinha internato, externato e semi-internato
e era misto, isto é, para rapazes e moças, provando o espírito de vanguarda
pedagógica de sua direção. Não há dúvidas: foi o Colégio 24 de Abril que fez a
juventude de Jardim voltar-se para a instrução, transformando a bonita 'Terra
de Barbosa de Freitas' em celeiro de músicos, poetas, médicos bacharéis e
outros profissionais liberais. Salve o Colégio 24 de Abril, célula máter da
instrução do Cariri de outrora" (Jardim: sua história e sua gente, p.65,
204)
O “Externato Misto Santa Filomena”, um estabelecimento de ensino instalado em Jardim no ano de 1927, em cuja frente se achava a educadora Raimunda Lemos.
Por José Márcio da Silva
Fontes:
Território dos Coronéis.
Jardim: sua história e sua gente.
Jardim, suas contradições seu folclore.
IBGE
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